
Em janeiro, Emanuel sofreu um dos maiores golpes da sua vida: perdeu o pai.
Feliz a apresentar o 'Domingão' ao lado de Luciana Abreu, o cantor revela que este formato tornou-se ainda mais importante pelo significado que passou a ter para o pai que, internado depois de ter sofrido três AVC e sobrevivido à Covid-19, era a única forma que tinha de ver algum famliar. "O 'Domingão' era onde ele via o filho mais velho e eu representava a família, mesmo já com muitas deficiências, fisicamente já não se mexia. Estava imobilizado. Não nos podia ver porque não se podia visitar ninguém nos hospitais. O 'Domingão' era a solução para ele e eu sabia disso."
Emanuel define o pai como alguém muito ligado à família e, na sua opinião, foi o distanciamento imposto pela pandemia que acabou por fazer com que o progenitor perdesse a vontade de continuar a lutar pela vida. "As almoçaradas e jantaradas de família deixaram de se fazer e foi isso que o levou. Ele ficou paralisado, teve três AVC e depois teve covid-19. Venceu isso tudo só não venceu no dia em que percebeu que não ia existir o almoço sagrado da família, a 1 de janeiro. Ele dizia às enfermeiras que ia acontecer, viveu com esta esperança. Quando o dia 1 passou e ele não veio cá, desistiu."
Emanuel desvenda que o pai morreu numa sexta-feira e que, dois dias depois, decidiu não falhar o 'Domingão'. Uma decisão tomada em forma de homenagem. "Foi por causa dele. Foi dos dias mais dificeis da minha vida. Ninguém sabia, ninguém deu por isso, não disse a ninguém. Fiz pelo meu pai. Ele faleceu na sexta-feira e eu fui fazer o 'Domingão'."