Esta é uma novela que parece não ter fim. A morte de Marco Paulo revelou que o popular cantor era, afinal, um homem riquíssimo, com um vasto património que inclui, casas em Portugal – Sintra, Costa de Caparica, Sesimbra e Algarve –, em Paris, França, e em Miami, EUA, para além dos muitos e surpreendentes milhões arrecadados no banco. Como já noticiámos, e de acordo com o 'CM', são entre 60 a 80 milhões de euros.
Marco Paulo decidiu que a sua fortuna iria ficar para o companheiro e compadre de há muitos anos, António (Toni) Coelho, e o filho deste, o adorado afilhado, Marco António, a quem o cantor tratava carinhosamente por Marquinho. O polémico testamento foi redigido há 15 anos, tal como avançado pela TV Guia, e expressa a vontade final de João Simão da Silva, o cidadão nascido a 21 de janeiro de 1945 na vila alentejana de Mourão e que viria a tornar-se no mais popular cantor romântico português de todos os tempos. "Se falecer com herdeiros legitimários (mulher ou filhos), institui herdeiros da sua quota disponível, em partes iguais, António de Jesus Machado Coelho, divorciado, natural de Carvalhal, Barcelos (…) e o filho deste, solteiro, maior, e com ele residente Marco António Violante Coelho", lê-se.
No mesmo documento, Marco Paulo deixa ainda expresso que "se porém não deixar herdeiros legitimários, institui seus universais herdeiros, em partes iguais, aquelas mesmas duas pessoas", deixando claro e acrescentando que: "se qualquer dos instituídos herdeiros não lhe sobreviver, a sua parte acrescerá à do outro."
Recorde-se que, à data da redação do testamento, já Toni Coelho estava divorciado de Maria Violante, mãe de Marco António, com quem tinha casado em agosto de 1996. Divorciaram-se em março de 2000. O casamento não chegou a durar quatro anos. Por esta altura, já Toni e Marquinho eram a verdadeira família do cantor.
Família não se conforma e avança para a luta pelo património do cantor
Em momento algum deste testamento o cantor coloca sequer a possibilidade de um dos seus três irmãos (à época de redação das suas últimas vontades, a irmã Maria de Fátima ainda era viva, tendo falecido em 2015, com um cancro no fígado), ou eventualmente os seus quatro sobrinhos, poderem ser herdeiros de qualquer parcela do seu património.
No entanto, e apesar de numa fase inicial terem dito que não iriam contestar o documento, irmãos e sobrinhos de Marco Paulo parecem agora ter mudado de ideias. O 'CM' avança que os familiares acreditam que o artista não os queria fora do testamento, por terem uma boa relação, e contrataram um advogado para analisar documento. Afinal, e ainda de acordo com o jornal, poderá não ser pacífica a distribuição da herança de Marco Paulo de largas dezenas de milhões de euros.
