
A filha Toy e Daniela Correia, Beatriz Prates, falou da vontade de tirar a própria vida por ter sofrido bullying ao longo de todo o tempo em que esteve na escola.
"Foi muito complicado. Foi desde sempre, não me lembro de passar um ano e isto não acontecer. Mas eu guardei sempre para mim", afirmou a jovem de 22 anos numa entrevista com Manuel Luís Goucha em que sublinhou a importância de os jovens falarem sobre bullying se forem vítimas.
"Passava nos corredores e começavam a cantar, a gozar, chegaram a tirar fotos minhas e publicar nas redes sociais a gozar, por ser filha do Toy", recordou Beatriz.
"Mas eu guardava sempre para mim, preferia sofrer sozinha do que passar esta dor para os meus pais", afirmou, explicando como isso acabou por correr "muito mal".
"Houve um dia que não me esqueço. Foi aí que a minha mãe fez o clique. Guardava tanto para mim, acumulava tanto, que houve um dia que cheguei em casa e disse: 'Mãe, não tenho vontade de viver'. Desabei mesmo, descarregava muito na minha mãe e ela não entendia, ela não tinha culpa nenhuma", afirmou, acrescentando como se sentia "sempre muito triste, frustrada".
Anos depois, Beatriz acabou por ultrapassar o bullying e viu um dos agressores a pedir desculpas pelo que fez. "Já tive uma pessoa que me pediu desculpas a chorar, a dizer que vivia com esse peso, daquilo que fez, e hoje dou-me bem".
Beatriz alertou para a necessidade de as vítimas de bullying procurarem ajuda. "Não estão sozinhos", garantiu.