
Inês Herédia, atriz que é casada com a produtora Gabriela Sobral, deixa um desabafo no Dia do Pai e chama a atenção para que nem todas as crianças têm pai, como é o caso dos gémeos dela. A atriz de 'Festa é Festa' mostra-se contente por algumas escolas já terem adoptado o Dia da Família em preterimento do Dia da Mãe e Dia do Pai, tendo em conta que nem todas as famílias são iguais.
"É muito fácil pensar-se que se deve celebrar nas escolas um dia do pai e um dia da mãe quando existem essas duas figuras em casa. Os argumentos que mais oiço são 2: 'coitados também dos outros que têm e os querem celebrar' e ainda 'há que preparar os miúdos para as realidades deles'", lança a atriz. "Venho aqui falar com propriedade em relação a estes dois argumentos: 1.º sou mãe, e como mãe, sinto-me zero ofendida por ter o meu dia renomeado para dia da família, assim como os meus filhos seguramente não sentem que me estão a celebrar menos por o dia ter esse nome. 2.º as crianças sabem a realidade em que vivem porque é a realidade em que vivem. Tão simples quanto isto", acrescenta.
"O que é perfeitamente inconsequente é uma/duas semanas de preparação de presente do dia do pai ou dia da mãe em que o assunto é sublinhado diariamente. Quando há crianças em que pais/maes morreram, foram comprar cigarros e não voltaram, têm duas mães ou dois pais, ou só têm avós.
Tenho o maior gosto em dar um beijinho especial ao meu pai e à minha mãe nestes dias, assim como começo a manhã, invariavelmente a mandar beijinhos e mimos a quem não os tem presentes ou perdeu um filho. Mas eu não ando na escola, a minha maturidade, a minha estrutura está um bocadinho mais segura do que crianças de 4, 5, 6, 7, 8, 9 anos", diz.
E remata: "