
No caso de violência doméstica de Betty Grafstein, de 96 anos de idade, contra o ainda marido, José Castelo Branco, de 62, há novos dados processuais que vieram agora a lume, com a defesa de Castelo Branco a requerer a abertura da instrução do processo de violência na tentativa de explorar algumas questões que na acusação terão ficado pouco sustentadas.
Uma das principais é a falta de um depoimento formal por parte de Betty Grafstein a alavancar a queixa de violência doméstica. Segundo o ‘Expresso’ noticiou na última semana, a socialite foi ouvida em primeira instância por um militar da GNR, mas a ausência de um magistrado durante essa conversa faz com que não possa ser considerada para efeitos de prova.
Além disso, na altura, e perante as respostas evasivas da norte-americana, o juiz Pedro Faria de Brito fez questão, ele próprio, de se deslocar ao Hospital Cuf Cascais, no sentido de registar um testemunho viável. Porém, tudo o que obteve foi o silêncio de uma nonagenária cada vez mais irritada com a intrusão. "Foi tentada a comunicação com a vítima, o que não se mostrou possível por esta apresentar manifestas dificuldades psicológicas e físicas. Apresentou-se sempre chorosa e em quase permanente monólogo, como ficou registado em vídeo e áudio", concluiu o juiz, citado pela TV Guia.
Ainda de acordo com a revista, esta conversa foi acrescentada ao processo para memória futura, uma vez que poderá ser reveladora do estado psíquico de Betty, no entanto o problema base mantém-se: não há um testemunho direto da queixosa e a única coisa que há são os relatos de médicos e enfermeiros, que para o juiz são "depoimentos de ouvir dizer".
Betty poderá ainda ser chamada para ser ouvida por videoconferência, diretamente de Nova Iorque. É ainda relatado pelo juiz o facto de não terem sido feitas quaisquer perícias médicas a Betty, de 96 anos, e para a defesa de José Castelo Branco não há dúvidas das múltiplas lacunas, contradições e fragilidades da acusação, sendo que o desejo é evitar que o português vá a julgamento.
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