
Júlia Pinheiro está de pedra e cal na SIC. O rosto das manhãs de Carnaxide despediu do ‘Queridas Manhãs’ e prepara-se para enfrentar um novo desafio.
Durante a apresentação da Nova Temporada da estação, a apresentadora, de 55 anos de idade, revelou a sua história de vida para anunciar o seu novo programa nas tardes do terceiro canal, ‘Júlia’, que estreia em outubro.
O relato da companheira televisiva começa na terceira pessoa com o objetivo de manter um certo secretismo em torno da identidade do protagonista da história.
"Ainda pequena, sabe que há uma sombra à volta dela, uma ameaça, uma morte anunciada e quase iminente", começa por dizer.
"Adultos focados nas suas preocupações. Esta criança está sozinha. Amada e cuidada, mas emocionalmente sozinha. O tempo passou, os adultos tiveram de cuidar das suas vidas, esta menina ficou ao cuidado das empregadas", revela.
Com a plateia completamente focada, Júlia anuncia mais detalhes da história que se avizinha dramática a cada momento.
"A tragédia familiar já aconteceu, uma avó muito amada morreu no quarto ao lado. A escola esperava-a, mas chegou lá um bocadinho tarde demais. Odeia a escola, mas odeia mesmo. Tem um medo terrível no fecho da escola porque acha sempre que se vão esquecer de a ir buscar", continua.
"Acaba a primeira classe sem saber ler nem escrever. Anuncia-se portanto um percurso académico catastrófico. Sempre sozinha", acrescenta.
Com a emoção a tomar conta dos presentes, o rosto da SIC revela pormenores dramáticos da chegada a adolescência.
"Entra no liceu, o pior da área metropolitana de Lisboa, esta adolescente é agora vítima de bullying e sujeita a várias humilhações. A razão não interessa, quem é diferente incomoda sempre. Esta adolescente afrontava tudo e todos, forte, alegre, venceu o bullying, mas quase não conseguiu vencer o destino que lhe estava reservado", diz.
A identidade do protagonista do relato de Júlia Pinheiro intriga a plateia do Cineteatro Capitólio, em Lisboa.
"No local onde nasceu o melhor a que se podia aspirar era ser professora de liceu. A mãe era muito autoritária, o pai regressado de um exílio forçado só queria disciplina e esquecer-se que esta menina estava quase a ser mulher", expõe.
"Esta menina nunca fez nada do que as exigências familiares obrigavam, jurou que nunca casaria, que nunca teria filhos e virou o jogo. Agora a pergunta que está nas vossas cabeças: o que é que aconteceu a esta rapariga?", questiona.
Sem receios, Júlia Pinheiro assume as dores na luta até chegar estrear-se no pequeno ecrã.
"Tinha o mundo todo contra ela, mas fez tudo o que não se esperava. Colocou um foco absoluto num objetivo profissional inatingível. Esta mulher está aqui e vai ter um programa em nome próprio. Esta mulher sou eu", finaliza.
Após terminar a sua apresentação, a companheira televisiva de João Paulo Rodrigues é ovacionada pela plateia completamente rendida e emocionada com o seu discurso.