
Manuel Cavaco é um nome incontornável da ficção nacional: entre séries e telenovelas foram cerca de 40 as produções que tiveram dedo do ator de 79 anos. Para o público mais jovem, ficará sempre associado aos projetos em que participou na TVI na década de 2000, como ‘Olhos de Água’, ‘Anjo Selvagem’ ou ‘Queridas Feras’, situação pela qual se confessa "sortudo".
"Tive a sorte de ser convidado para grandes novelas, grandes histórias, muito bem escritas. Para mim, há três grandes autores de ficção televisiva em Portugal: é o Francisco Moita Flores, é o Tozé Martinho e é o António Barreira, que descobre histórias inacreditáveis", disse à ‘Nova Gente’.
Contudo, a passagem de Manuel Cavaco pela estação de Queluz de Baixo teve um fim abrupto no início da década seguinte, algo que agora explica: "Eu não saí, correram comigo. Não sei porquê. Uma senhora que era espanhola [Rosa Cullell, ex-administradora executiva da Media Capital]."
"Eu saí a seguir à novela ‘Meu Amor’. Queriam baixar-me o ordenado. Não, não me baixam coisíssima nenhuma. (…) Eu disse-lhes: ‘Se quiserem subir, podem subir. Agora, baixar, não baixam’. Não sei quanto é que se paga aos atores neste momento, não me interessa quanto ganham os meus colegas. Eu tenho o meu valor e desse valor não saio. Se querem, querem. Se não querem, passar bem", garantiu o artista, que figurou em 'Pôr do Sol', da RTP.
Por fim, o artista transpareceu sentimentos negativos pela forma como considera ter sido tratado: "Magoado não sei. Mas fiquei muito triste sim. A mim, só quem eu gosto é que é capaz de me magoar. E eu não estava a gostar do rumo que as coisas tomaram", concretizou.