
O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa está chocado com o ato terrorista que vitimou mortalmente 14 pessoas e feriu cerca de 100 em 'Las Ramblas', a principal avenida de Barcelona, na Catalunha, Espanha.
"Condeno em absoluto este ignóbil ato de terrorismo. Sabendo nós que um dos ojetivos dos ataques terroristas é precisamente o da projeção mediática. E que essa projeção é ganha na escolha dos alvos e na escolha dos momentos. Hoje importa estarmos ao lado daquela família e recordar e evocar aquela nossa compatriota desaparecida neste ato ignóbil de terrorismo", declarou o chefe de Estado, há poucos minutos, em entrevista exclusiva à CMTV.
Marcelo Rebelo de Sousa revelou já ter telefonado ao Rei de Espanha, a demonstrar a sua consternação e a dar as suas condolências pelas mortes na capital da Catalunha, e garantiu que repetirá os pêsames quando esta tarde estiver presencialmente com o monarca e com os responsáveis políticos espanhóis e catalães. "Há que reafirmar os princípios da dignidade da pessoa humana e dos direitos das pessoas no
meio de tantas vítimas de tantas nacionalidades", sublinhou o Presidente português.
"Terei hoje ocasião, depois do contacto pessoal, de dizer isso ao Rei Felipe, mas ele sabe, e a Espanha sabe, como sabe o presidente do governo espanhol, como sabem todos os partidos espanhóis, que é total a solidariedade do Presidente português, do governo português, mas sobretudo do povo português. O povo português está ao lado do povo espanhol, num momento muito doloroso e num momento em que, sabe-se hoje, existe também uma portuguesa que é vítima de um ato terrorista que só pode merecer a nossa condenação", salientou Marcelo
O Presidente português só pede aos responsáveis políticos e às autoridades policiais e judiciais europeias que não entrem numa cega onda justicialista: "é fundamental que a nossa atitude perante o terrorismo – que é não apenas a de garantir a segurança das pessoas – seja a de fazer uma baralha cultural, todos os dias, não cedendo à tentação de responder a este atentado contra os direitos humanos com atentados contra os direitos humanos."
Para o cidadão Marcelo, "devemos reafirmar os princípios da nossa democracia e do nosso Estado de direito. Não consigo separar o Presidente do cidadão, mas como pessoa, não posso deixar de considerar que esta luta contra o terrorismo, como todas as lutas pelo primado da dignidade da pessoa humana e pelos direitos das pessoas, é a mais importante luta nas nossas democracias. É uma luta complicada, difícil mas global", rematou.