
Graça Fonseca está no centro de uma nova polémica. A ministra da Cultura está a causar indignação por ter afirmado, durante uma visita ao México para assistir à Feira Internacional do Livro: "Uma coisa ótima de estar aqui em Guadalajara há 4 dias é que não vejo jornais portugueses".
Recorde-se que o Ministério da Cultura tem a tutela da Comunicação Social, um detalhe que acrescenta impacto às palavras polémicas de Graça Fonseca.
Durante o seu comentário no jornal da TVI, esta segunda-feira, Miguel Sousa Tavares criticou duramente a declaração da ministra.
"Esta frase é extraordinária. (...) Haver um responsável que tem a pasta da comunicação social e que diz que uma das vantagens de estar no estrangeiro é não ter de ler jornais portugueses, isto num momento em que a imprensa, nomeadamente a imprensa escrita, atravessa uma crise tremenda e que é uma crise que é grave não só para o jornalismo e para os jornalistas mas para a própria democracia... Eu acho grave", começa por dizer Miguel Sousa Tavares.
Mas o comentador vai mais longe. "A ministra da cultura, que está em funções há 1 ou 2 meses, começa a parecer-se cada vez mais com ex-ministro dos negócios estrangeiros do governo de Passos Coelho e Paulo Portas, Rui Machete. (...) Cada vez que abria a boca, saía algo de embaraçoso para o governo. Ela começa a parecer-se com ele", atira.
Miguel Sousa Tavares não é o único a criticar ferozmente Graça Fonseca. Sofia Branco, presidente do Sindicato dos Jornalistas, disse que a ministra da cultura "fez um comentário infeliz", que "tentou ter piada com o estado de um setor que tutela e que está em crise profunda" e que quer saber "se [Graça Fonseca] tem uma política sobre o setor". Deixa-lhe ainda um conselho: "Leia mais jornais".
Luís Campos Ferreira, deputado do PSD, mostrou-se igualmente indignado. "Caiu-lhe a máscara e a sobranceria prepotente está a vir ao de cima", afirmou, acusando-a ainda de ter "uma maneira facciosa de olhar para a Cultura, nada imparcial e nada humilde". E atira ainda: "Se se sente feliz longe da comunicação social portuguesa, pense ir para a Antártida refrescar as ideias".