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Homenagem

"Morreu quando perdeu as eleições e deixou de ser presidente" Luís Osório não tem dúvidas sobre a dor de Pinto da Costa

O escritor escreveu sobre o carismático líder dos azuis e brancos e sobre os “dias difíceis” depois de abandonar a cadeira da presidência do FC Porto. Cadeira essa que foi sua durante 42 anos.
19 de fevereiro de 2025 às 10:12
Pinto da Costa, FCP, queda
Luís Osório, Pinto da Costa
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Pinto da Costa
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Jorge Nuno Pinto da Costa
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Pinto da Costa
Pinto da Costa
Pinto da Costa
Jorge Nuno Pinto da Costa

"Jorge Nuno Pinto da Costa morreu.  Mas não morreu hoje, morreu quando perdeu as eleições e deixou de ser presidente do FC Porto. Depois de 42 anos e de muitas dezenas de títulos deixou de ter tempo para pensar o futuro. Afinal, o que poderia fazer que substituísse a vida que construiu e lhe ofereceu um propósito?", é desta forma que começa o 'Postal do Dia' que Luís Osório dedicou a Jorge Nuno Pinto da Costa. 

Prossegue o escritor: "Continuaria a almoçar nos lugares e com as pessoas de sempre? Continuaria a marcar encontros com presidentes e treinadores, com agentes e políticos, com conselheiros e antigos jogadores – almoços conspirativos acompanhados pelo bacalhau da Julinha na Trofa, pelo arroz de frango com ovos estrelados no restaurante da irmã de Reinaldo Teles, o célebre Antunes? Dias difíceis em que o seu carro se enganou por desejar fazer o caminho de sempre, um carro ensinado a ir de olhos fechados para o Olival ou para o Dragão. Dias complicados por ter deixado de poder ir para o seu gabinete, por ter deixado de ver às segundas-feiras a agenda de todas as equipas, masculinas e femininas de todas as modalidades… e de analisar os resultados e de chamar ou telefonar quando as coisas não corriam bem, mesmo que fosse no bilhar às três tabelas ou no halterofilismo."

Luís Osório não tem dúvidas: "Dias terríveis quando a nova época começou. Foi incapaz de gerir o vazio de não ir com a equipa nos jogos fora, de não ir aos fados quando o FC. Porto jogava em Lisboa, de não almoçar nos estágios, de não sentir o balneário. Foi incapaz de gerir o ter deixado de chamar o alfaiate de sempre, o homem que o acompanha há tantos anos e que lhe arranja fatos à medida para os jogos ou dias especiais. Foi incapaz de gerir ter deixado de surpreender funcionários que estivessem a passar por dificuldades ou a falhar objetivos."

Por fim, termina com uma despedida respeitosa: "Jorge Nuno Pinto da Costa despediu-se no Jamor, na última vitória da sua presidência, e de alguma maneira foi aí que morreu sem ter morrido. A notícia de hoje [dia 15] apenas foi um anúncio do que já acontecera. Nunca esquecerei o dia em que me foi ver à Casa da Música no meu monólogo 'Ficheiros Secretos'. Nunca esquecerei a conversa que tivemos ao telefone – 'Luís, gostei tanto. Só é pena ser benfiquista, mas sabe que tenho muitos amigos benfiquistas, o Luís será apenas o último dos meus amigos benfiquistas'. Adeus, caro presidente."

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