
Depois de uma semana internado no Hospital de São José, em Lisboa, onde esteve em coma e lutou contra uma pneumonia por aspiração, Ângelo Rodrigues teve alta e saiu como se nada fosse. Primeiro, num vídeo publicado nas redes sociais, dirigiu-se aos fãs para garantir que não podia estar melhor, e num segundo momento teve uma conversa com Salvador Martinha para o Youtube em que desvalorizava completamente toda a situação.
Entre gargalhadas e piadas, Ângelo, de 37 anos, pretendeu desvalorizar (mais) um episódio infeliz da sua vida com graves consequências para a saúde. Uma postura que foi recriminada por muitas pessoas, entre as quais algumas figuras públicas. O jornalista Luís Osório é uma das vozes que se levanta contra a atitude que o ator teve a seguir ao seu internamento.
"Nas últimas semanas, Ângelo voltou a ser notícia. Pela segunda vez entrara em coma por ter, numa noite de loucura, aspirado o seu próprio vómito. Estava num hotel de Lisboa e as equipas médicas chegaram a tempo de evitar a sua morte. Foi noticiado que na origem do drama esteve o consumo de drogas, medicamentos e álcool", lê-se na habitual crónica do jornalista, 'Postal do Dia'.
E continua: "O que me choca foi o que Ângelo fez pouco tempo depois de sair do hospital. Vê-lo a entrar de maca num estúdio para ser entrevistado num podcast humorístico é surreal e mais pornográfico do que qualquer versão que tenha sido feita do clássico 'Garganta Funda'. Uma falta de respeito pelos que o trataram – e por todos os que salvam os que insistem em se perder."
Luís Osório disse também: "Uma falta de respeito pelas pessoas que estavam genuinamente preocupadas, o seu público. Mas sobretudo uma falta de respeito por si próprio, uma feroz inconsciência ou amoralidade em relação às consequências daquela conversa com Salvador Martinha. Os miúdos que a viram, alguns cheios de vontade de arriscar ir para fora de pé, outros cheios de vontade de ser estrelas ou 'bad boys' como ele…"
E termina: "…esses miúdos que viram o podcast só podem ter ficado loucos de vontade de experimentar noites loucas como a daquele 'grande maluco'. Porque não haveriam de experimentar se tudo acaba em bem, se tudo acaba em grandes gargalhadas, se tudo acaba com brincadeira, gozo e mais estrelato? Ângelo Rodrigues pode ser tudo o que quiser. O que não pode é ser um tipo que arrasta outros pela sua influência – entre o que fez e um tipo que vai bêbado para a estrada e arrasta para a morte quatro ou cinco inocentes, não há diferença nenhuma. Na verdade, até existe uma diferença. É que o Ângelo tem mais alcance do que um bêbado na estrada, a sua influência é infinitamente maior."