
O cronista da revista 'Sábado' e comentador político Nuno Rogeiro voltou a falar sobre o estado de saúde do seu filho, vítima de um grave atropelamento na Cidade Universitária de Lisboa em fevereiro, mas desta vez revelou detalhes sobre o autor do acidente.
"Uns dias depois a pessoa ligou para o escritório da 'Sábado', perguntaram se eu queria dar o telefone, eu disse sim, e realmente falei com a pessoa. A pessoa começou por me dizer que tinha também perdido um filho num acidente", contou Nuno em conversa com Cristina Ferreira esta sexta-feira, 8.
"Eu não sei com que sentido é que isto me foi dito mas eu disse: 'Meu caro senhor, isto só faz com que deva ser ainda mais prudente na maneira como conduz'. Estamos a falar de um automóvel que não para na passagem de peões e podiam ter sido mais pessoas a serem apanhadas. Foi o meu filho porque as pessoas que iam atrás dele se retrairam e ele acabou por pagar", continuou o comentador político antes de se mostrar revoltado.
"Não faço juízo de intenções. Ele interrompeu a vida normal de um miúdo que tinha como consciência servir não só a si próprio como ao País, porque ele é um grande patriota. Foi uma conversa muito curta, muito seca. Ainda não consigo dizer se foi boa ou não. Foi estranho. Eu achei estranho por exemplo o homem nunca ter ido ao hospital ver o meu filho", afirmou.
O jovem António ficou com a "cabeça feita num bolo", descreveu o pai, depois de ter sido arremessado três metros e batido novamente no carro. Teve as duas pernas e uma mão fraturada, perdeu um litro de sangue e ainda enfrenta um longo período de recuperação, de acordo com Nuno.
A mãe viu o acidente mas não reconheceu o filho
No início da conversa, Nuno revelou ainda uma coincidência. A sua mulher, Daniela, e a outra filha, Cristina, passaram pelo acidente e viram o corpo de António no chão.
"Nós estávamos à espera do António para jantar [...] A Daniela tinha ido buscar a minha filha mais nova, a Cristina, à Universidade Católica [...], regressavam e viram uma grande confusão. Viram o polícia que quase ia sendo atropelado, viram uma pessoa ao longe no chão, inanimada, e voltaram a casa e disseram: 'Foi uma coisa horrível porque a pessoa não se mexia. Coitado! Está morto.'", recordou Nuno.
"Continuamos o jantar e meia hora depois a Daniela recebe um telefonema. Eu ouvi a voz trémula dela, a Daniela é uma pessoa muito firme, perguntamos 'onde é que ele está, em que hospital é que está'. E realmente era notícia que nós não gostávamos de ter tido", explicou.