
O pior parecia já ter passado. Benjamim, o filho do escritor Pedro Chagas Freitas tinha abandonado os cuidados intensivos no passado dia 27 de junho após ter sofrido um transplante de figado. "É apenas um piso de diferença, mas faz toda a diferença. É espetacular ou é espetacular?", escreveu o autor nas suas redes sociais.
Tudo parecia estar a correr bem. Recordamos que a criança de 6 anos sofreu esta semana uma complicada e perigosa cirurgia, em consequência de sofrer desde os três meses de idade de uma deficiência de alfa-1 antitripsina.
Contudo, poucas horas depois voltou a angústia. "Depois de um grande dia, veio uma noite de merda, uma manhã de exames. Inquietações novas, dúvidas que se instalam entre a esperança e o medo, algures onde o osso treme e se encontra com a coragem", começou por escrever Pedro Chagas Freitas.
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"Aqui, onde estamos, tudo é ansiedade, incerteza. Passei a noite a tentar adormecer-te, primeiro; e depois, ao fim de algumas horas, a ver-te dormir o possível, no intervalo entre um medicamento e outro. Somos uma casa de angústia há um mês. O dia seguinte, até o próprio dia, são sempre incógnitas indecifráveis, imprevisíveis", confessou. "Não há, em mim, em nós, disponibilidade mental, emocional, para algo mais do que isto: para aguentar" revelou, pedindo depois desculpa a amigos, familiares por nos últimos tempo lhes estar a falhar.
"Aqui, onde estamos, tudo é ansiedade, incerteza. Passei a noite a tentar adormecer-te, primeiro; e depois, ao fim de algumas horas, a ver-te dormir o possível, no intervalo entre um medicamento e outro. Somos uma casa de angústia há um mês. O dia seguinte, até o próprio dia, são sempre incógnitas indecifráveis, imprevisíveis", confessou. "Não há, em mim, em nós, disponibilidade mental, emocional, para algo mais do que isto: para aguentar" revelou, pedindo depois desculpa a amigos, familiares por nos últimos tempo lhes estar a falhar.
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"Guardo a energia, o alento, o fogo, o pouco que vou tendo, para poder entregá-lo inteiro, sem filtros, completo, ao Benjamim. No final, quando ele adormece, o que sobra nem eu sei o que é, mas está muito distante de ser alguém capaz de falar, de ouvir, de partilhar. (...) Não pensem os que amo que os amo menos, que os quero menos, que os preciso menos, que penso menos neles. (...) Perdoem-me não ser indestrutível, uma máquina de guerra, uma força da natureza. Entendam por favor que continuo a ser a pessoa de sempre, mas cansada como nunca", explicou.
"Guardo a energia, o alento, o fogo, o pouco que vou tendo, para poder entregá-lo inteiro, sem filtros, completo, ao Benjamim. No final, quando ele adormece, o que sobra nem eu sei o que é, mas está muito distante de ser alguém capaz de falar, de ouvir, de partilhar. (...) Não pensem os que amo que os amo menos, que os quero menos, que os preciso menos, que penso menos neles. (...) Perdoem-me não ser indestrutível, uma máquina de guerra, uma força da natureza. Entendam por favor que continuo a ser a pessoa de sempre, mas cansada como nunca", explicou.