
Nininho Vaz Maia é um dos músicos do momento muito por culpa do seu primeiro álbum 'Raízes', lançado em 2021, às suas participações em programas como 'All Together Now', na TVI, e 'The Voice Portugal', na RTP1, mas, principalmente, pelos ritmos da sua música que junta os ritmos flamencos com a música pop.
O seu percurso na música começou por um acaso, quando, em 2013, Nininho viu-se retido em casa: estava em prisão domiciliária por ano e meio depois de se ter envolvido uma rixa entre dois grupos de pessoas na noite. Como tinha antecedentes criminais, acabaria por ficar a cumprir pena em casa com pulseira eletrónica.
Farto de estar sem nada para fazer, foi aí que Nininho, com origens ciganas, começou a explorar a música. O que começou por ser um entretém evolui para algo mais, até atingir o êxito que hoje é público e conhecido. No entanto, e apesar do sucesso, Nininho Vaz Maia esconde algo que o puxa para baixo. Uma luta pessoal que o cantor trava todos os dias.
A revelação foi feita a Pedro Teixeira da Mota, no podcast 'Watch TM', onde Nininho Vaz Maia confessou que tem o síndrome de impostor, que significa que, na cabeça do músico, o êxito não é inteiramente merecido. "A minha pancada é: eu nunca me acho tão ao nível dos outros, porque não me sinto músico. Ou seja, toco um pouco de guitarra, mas quero saber tocar pelo menos guitarra e piano. Por exemplo, eu não sei notas, quando vejo os músicos a falar de notas… sai-me muito natural. Dou as notas porque nascemos assim então sinto-me assim meio atrás, muitas vezes vêm-me esses pensamentos de: 'Estou a ver estes gajos a tocar para caraças e a cantar para caraças e (...) não está no mesmo nível que eu, e se calhar merecia e estudou mais que eu'", explicou.
"Por alguma razão somos nós que estamos aqui, existe uma razão que um dia vamos descobrir, mas também tenho esse inimigo cá dentro. (...) Não fico [satisfeito com as conquistas]. A minha equipa e pessoas próximas perguntavam-me muito: 'Espera aí, mas não estás contente?' Eu estou, mas não é da mesma forma, não estou a rebentar, não estou a sorrir. Assim que esgotava, começava logo a criar outro problema que era 'bora, vou ter de estar preparado'. Eu sou assim", assumiu Nininho.
Afastar os pensamentos negativos é um trabalho diário para o músico e mentor do 'The Voice Portugal'. "No fundo, merecemos. A gente trabalha e temos de mandar o impostor embora. A mim mata-me às vezes. Estou mesmo, agora, nesta fase de aprender a gerir tudo, este turbilhão todo, porque não é fácil, estou a descobrir hoje que não é fácil estar no meio de tudo e em constante mudança", sublinha.