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polémica

Sofrimento, pobreza e acompanhamento médico para sempre. Zé Maria teve Portugal aos seus pés mas a saúde mental deu-lhe cabo de tudo

Zé Maria completou 50 anos de vida. O barraquenho que venceu o primeiro 'Big Brother' quer fugir do mediatismo e viver pacatamente no seu Alentejo, onde é acompanhado por médicos e pela segurança social.
08 de julho de 2023 às 15:22
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E de repente já passaram mais de 20 anos desde que Portugal conheceu Zé Maria, que acabou por ser o primeiro vencedor do 'Big Brother' em Portugal, programa que transformou a televisão deste retângulo à beira mar plantado para sempre. O alentejano não imaginava ao que ia, aliás, nenhum dos primeiros concorrentes sonhava com o que iam viver fechados naquela casa da Venda do Pinheiro, onde tinham mais de meio Portugal a vê-los em permanência. 

O Zé Maria das galinhas rapidamente conquistou os portugueses. Franzino e diferente, o alentejano de Barrancos, terra de valentes resistentes, foi ficando e acabou por ganhar, de goleada, o programa apresentado por Teresa Guilherme. Começou aí o pesadelo. 

De bolsos cheios, coisa que nunca conseguiu no seu Alentejo onde a pobreza é rei, Zé Maria tornou-se no centro das atenções. A TVI transformou-o em estrela mediática, mas esqueceu-se de que o alentejano precisava de ajuda para enfrentar algum que desconhecia profundamente

E a coisa descontrolou-se. A saúde mental de Zé Maria, que já seria problemática antes de ir para o formato da vida real, acusou a pressão... e ele foi ao limite. Numa das vezes em que perdeu totalmente o controlo, foi encontrado nu na rua. Foi preciso a intervenção da polícia para evitar o pior. 

O dinheiro, entretanto, desapareceu, tal como desapareceram os amigos que se foram aproximando com o cheiro do dinheiro fresco nos bolsos do Zé Maria, que nessa altura não pensava no futuro.

Foi preciso bater no fundo para voltar a casa. E é em Barrancos que o agora cinquentão, 50 anos feitos no dia 7 de julho, vive. Longe dos holofotes e de desconhecidos, quase que isolado no Alentejo profundo. "Eu sou o Zé Maria, mas não quero falar", é quase sempre a resposta que dá aos "forasteiros" que chegam a Barrancos, terra que o viu crescer e que o recebeu de braços abertos depois dele ter tocado o Sol e se ter queimado. 

Agora, tem acompanhamento médico e está medicado. Vai ser assim para sempre, se quiser ser funcional e evitar situações mais dramáticas. Tal como acontece em muitos lados do interior profundo, o trabalho não abunda. Zé Maria é ajudado pela Segurança Social, que controla se ele vai às consultas médicas e se toma a medicação. Se falhar, é-lhe cortado o subsídio. Mas ele tem cumprido.

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