
Quando, em 2000, Julia Quinn lançou o romance 'O Duque e Eu', o primeiro de nove livros que compõem a coleção 'Bridgerton', a empresa norte-americana Netflix somava apenas três anos de existência, prejuízos de 50 milhões de dólares, e o seu modelo de negócio ainda era a distribuição de DVDs por correio. Vinte anos mais tarde, 'Bridgerton' é a série-sensação da Netflix, chegando a mais de sessenta milhões de casas e estabelecendo-se como um dos originais de maior sucesso da plataforma.
Numa entrevista à publicação britânica 'Guardian', Julia Quinn, pseudónimo de Julie Pottinger, revelou-se encantada com a adaptação das suas obras à televisão, descrevendo o sucesso da série como "surreal"… no bom sentido, claro! A autora, que se licenciou em História da Arte, em Harvard, declarou que nunca esperava um êxito semelhante porque "os romances são o patinho feio da indústria" e que, antes da produtora Shonda Rhimes (também criadora de 'Anatomia de Grey'), "ninguém tinha sequer mostrado interesse em adaptar este género de livros à televisão".
Na mesma entrevista, a norte-americana, cujos livros já foram 'best-sellers' dezoito vezes consecutivas e traduzidos em trinta e sete idiomas diferentes, diz que já foi alvo de críticas devido a imprecisões históricas, mas que se sentiu contente com as alterações feitas para a série, que trouxeram maior diversidade racial ao elenco. Admitiu também que ficou chocada quando soube da presença de Julie Andrews na série: "parei de respirar durante tanto tempo que devia ter morrido".
Ainda que 'Bridgerton' não tenha sido oficialmente renovado para uma segunda temporada, existem já planos para começar as gravações em março de 2021, de acordo com uma informação da 'Production Weekly'. Esta perspetiva poderá, no entanto, alterar-se devido ao agravamento da pandemia de Covid-19.