
Afinal, os implantes mamários não são tão seguros como pensávamos, diz um estudo mundial que demonstra que as falhas nos produtos são cada vez mais frequentes.
O estudo é um trabalho do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação divulgado segunda-feira, 26, e citado pelo 'Expresso', no qual são considerados dados clínicos de vários países e em várias entrevistas.
No Reino Unido, por exemplo, 1.459 casos de problemas relacionados com implantes mamários chegaram ao regulador desde 2015 - deste total, 1.200 foram considerados graves.
Apesar de não poder revelar detalhes sobre estes casos, o regulador britânico refere a "separação de materiais" num terço dos relatos. Outros casos referem-se à "migração" dos implantes e ou mesmo à ruptura do produto.
Na Holanda, o regulador decidiu avaliar as empresas europeias líderes no mercado e as respostas também preocupam. Foram encontrados materiais não listados, que podem causar defeitos nas próteses, e metade das empresas não informa sobre os riscos associados à colocação dos implantes.
Nos Estados Unidos, o uso de implantes está associado a doenças raras, segundo um estudo que seguiu 100 mil mulheres - a maioria satisfeita com o resultado da cirurgia plástica. Especialistas concluíram que a incidência de artrite reumatóide e melanoma é mais comum nestas mulheres do que na população em geral.
Em França, entre 500 mil mulheres portadoras de implantes foram identificados 53 casos de linfoma anaplásico de células grandes, uma doença rara que já deixou o governo em alerta. No próximo ano o protocolo de segurança das próteses será reavaliado.