Aos 86 anos de idade, e quando já se julgava a salvo de novos dissabores familiares, Pinto da Costa cortou relações com o filho mais velho, Alexandre, fruto do primeiro casamento com Manuela Carmona. Tal como a 'The Mag' já havia noticiado, em primeira mão, o presidente dos Dragões deixou de falar com o também empresário há mais de meio ano e, se dúvidas houvesse do clima de tensão entre pai e filho, os acontecimentos recentes serviram para as dissipar.
Depois de ter excluído o filho, de 59 anos, do evento que serviu para assinalar a sua recandidatura ao FC Porto, há cerca de um mês, no Coliseu, Pinto da Costa voltou a deixar Alexandre de fora dos momentos mais importantes da sua vida. Na última semana, reuniu todo o clã para o lançamento do documentário que traça o seu percurso, para a Prime Video, e Alexandre foi o único que não constou do quadro familiar.
"A zanga é tão grave como a do passado", explica uma fonte, recordando a célebre discórdia entre pai e filho, que durou mais de dez anos. Os dois tinham feito as pazes em 2011 e, desde então, tudo parecia correr bem, mas negócios relacionados com o clube e questões relacionadas com dinheiro acabariam por afastá-los novamente e, agora, os mais próximos temem que a zanga seja total e definitiva. "Chatearam-se por causa de negócios e dinheiros. E não há uma solução à vista", acrescenta a fonte.
Apesar da rutura, Pinto da Costa continua a manter uma excelente relação com o neto mais velho, Nuno. Os netos – foi avô mais três vezes nos últimos anos, do lado da filha Joana – são, aliás, a luz dos olhos do presidente dos dragões que, nesta fase da sua vida, se mostra um avô mais presente do que nunca. No lançamento do documentário intitulado de 'Senhor Presidente', o líder portista mostrou-se ao lado dos netos. Uma das neninas aparece aliás , numa das primeiras cenas do documentário, com Pinto da Costa a revelar um lado mais familiar e a dirigir-se à menina com um tom de voz ternurento.
"Não há dúvida que as netas o amoleceram", revela a mesma fonte, acrescentando que o presidente azul e branco é um avô "presente e orgulhoso."
É o outro lado da moeda da vida familiar de Pinto da Costa. É que se o último ano lhe reservou um corte de relações com o filho, aproximou-o como nunca da filha. A chegada das netas, a união feliz que Joana mantém com o treinador Vítor Martins e ainda o atual casamento do presidente portista foram os fatores que, juntos, contribuíram para esta harmonia familiar.
"A Joana é, neste momento, a pessoa da família mais próxima de Jorge Nuno. No passado, já estiveram mais afastados, mas agora a ligação é muito forte", relata a fonte para explicar que Joana se estabeleceu, portanto, como a herdeira natural de todo o legado do pai e como a sua nova pessoa de confiança. "É, em muitas coisas, a sucessora do pai. Uma das pessoas em quem mais confia, depois de ter perdido alguns dos seus pilares (como foi o caso do grande amigo e confidente Reinaldo Teles)."
AS PAZES ENTRE PAI E FILHA
Filha da união de Pinto da Costa com Filomena Morais, Joana Pinto da Costa teve, no passado, dificuldade em aceitar algumas decisões do pai e os dois passaram pela fase mais difícil quando o dirigente portista decidiu separar-se da mãe da filha para assumir um relacionamento com Fernanda Miranda. Nessa altura, as relações com Joana andaram tensas e a jovem nunca se esforçou por aceitar a brasileira como companheira do pai. As duas eram completamente incompatíveis, não coexistiam nos mesmos locais e há até registos de uma mítica cena de estalo que terá tido lugar nos corredores mais vip do Estádio do Dragão.
Com estas divergências, a relação entre pai e filha saiu, naturalmente, fortalecida aquando do divórcio e só melhorou com a chegada de Cláudia Campo, a atual companheira, à vida de Pinto da Costa. "A Joana respeita a Cláudia e há uma harmonia como nunca aconteceu no passado", diz uma fonte, acrescentando que a filha de Pinto da Costa tudo fará para manter Fernanda Miranda, que nos últimos meses tem tentado uma reaproximação, à distância.
"A Cláudia tem o respeito e simpatia da Joana, portanto ela é uma das grandes defensoras deste casamento", conta a fonte.
E isso mesmo ficou visível na estreia do documentário onde as duas conviveram harmoniosamente. Com uma imagem elegante e mais sofisticada, a bancária, que se casou oficialmente com Pinto da Costa no verão passado, afirmou-se como a nova primeira-dama do Dragão, enquanto Joana afirmou-se como braço-direito do pai, assumindo o lugar deixado vago pelo meio-irmão Alexandre.
OS MOTIVOS DA PRIMEIRA ZANGA
Em 1998, Pinto da Costa e Alexandre zangaram-se pela primeira vez, numa rutura que acabou por durar cerca de dez anos. Na altura, o corte de relações também teve a ver com negócios na transferência de jogadores. Tudo começou quando o empresário mediou a transferência do então futebolista Zahovic, alegadamente, à revelia do pai. A retaliação não se faria esperar e, quando Sérgio Conceição assinou pela Lazio, Alexandre foi deixado de fora do negócio, tendo Pinto da Costa depositado a venda do jogador nas mãos de Luciano D’Onofrio, bem como a respetiva comissão. Depois da 'traição', Alexandre acabaria por se aproximar de José Veiga e do então presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, confirmando o clima de tensão com o pai.A guerra familiar acabaria por durar vários anos e só em 2011 os dois fizeram as pazes, depois de a então companheira do pai, Fernanda, ter promovido a reconciliação. Com o gesto, a empresária, que sempre contou com a oposição da filha mais nova do marido, Joana, ganhava um aliado ao mesmo tempo que conquistava pontos nas questões de família.Voltaram, então, a relacionar-se e, ainda que ao início tenham tentado deixar as questões profissionais de fora da equação, o futebol, e mais precisamente os negócios, acabaram por comprometer novamente a relação familiar.
Alexandre Pinto da Costa esteve envolvido em alguns dos negócios mais lucrativos do FC Porto, através de um esquema que o levaria a receber comissões-extra pela transação de vários futebolistas. O caso até passaria despercebido se, em 2021, no âmbito da operação 'Cartão Vermelho', que levou à detenção de Luís Filipe Vieira, o nome de Alexandre não viesse à baila, suspeito de receber milhões de euros em comissões provenientes de negócios de jogadores, por intermédio de outros dois empresários ligados ao clube nortenho. Em apenas quatro anos, o FC Porto deu a ganhar aos empresários a exorbitante quantia de 64 milhões de euros, com as transferências a serem investigadas e buscas feitas na casa de Alexandre.
Mais tarde, e com o nome do filho envolvido na investigação do Football Leaks, por ter feito negócios que violam a lei desportiva, Pinto da Costa saiu em sua defesa, desvalorizando aquilo que estava em cima da mesa.
"É um problema que não me preocupa. Foi a empresa do Alexandre que colocou o Rolando no Marselha. Além de deixarmos de pagar quase um milhão em salários, ainda recebemos cerca de mais um milhão. Se ele recebeu de mais alguém, a mim não me interessa nada, nem me interessa nada se o empresário é meu filho, primo, sogro, genro, amigo ou inimigo. Se o negócio for bom para o FC Porto, eu faço, se não for não faço", reagiu o líder portista. Era numa altura em que Pinto da Costa ainda se preocupava por limpar o nome do filho. Agora, o caso mudou totalmente de figura e os mais chegados dizem que o dirigente portista não demonstra qualquer intenção de o perdoar. Alexandre é agora 'persona non grata' no Estádio do Dragão com o corte a excluí-lo novamente da família, quem sabe agora durante quantos anos...
Era numa altura em que Pinto da Costa ainda se preocupava por limpar o nome do filho. Agora, o caso mudou totalmente de figura e os mais chegados dizem que o dirigente portista não demonstra qualquer intenção de o perdoar. Alexandre é agora 'persona non grata' no Estádio do Dragão com o corte a excluí-lo novamente da família, quem sabe agora durante quantos anos...
