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Na nova Comporta já não se "brinca aos pobrezinhos": das festas milionárias à porta fechada dos Espírito Santo à vida mundana mostrada por Paula Amorim

Com a queda do BES, a família Espírito Santo foi, aos poucos, sendo sacudida da Comporta, que agora se assume como o território por excelência de Paula Amorim. A empresária rejuvenesceu a localidade alentejana e acabou com as festas ultra-exclusivas de Ricardo Salgado, que eram quase um mito da Comporta. Agora, o luxo é compartilhado com o mundo nos empreendimentos de Paula Amorim, uma porta aberta para a elite espanhola.
Rute Lourenço
Rute Lourenço
21 de junho de 2024 às 00:27
Ricardo e Maria João Salgado; Paula Amorim
Ricardo e Maria João Salgado; Paula Amorim

Em 2018, a Herdade da Comporta passou das mãos da família Espírito Santo para a dos Amorim e, sem que na altura se percebesse, colocava-se a primeira pedra no muro que se iria erguer entre aquela que era a 'Comporta onde se brincava aos pobrezinhos' e o agora destino da moda, onde o sotaque americano prevalece sobre o alentejano e o mais modesto que se pode almejar é uma bica por 2 euros nos cafés onde antes se serviam minis, e que trocaram o balcão corrido por cadeiras de verga almofadadas.

A Comporta mudou. Está mais glamorosa e, acima de tudo, deixou de ser o sítio para onde os endinheirados 'fugiam' para se esconder do mundo. Não se deixem enganar pelo tempo verbal... Os ricos - aliás, os super-ricos, continuam por lá, claro, cada vez mais, mas agora usam aqueles que são considerados os Hamptons portugueses como uma montra: a outrora pacata localidade alentejana tornou-se no sítio para onde os donos das grandes fortunas vão para ostentar e serem vistos pelos seus pares.

Paula Amorim e o marido, Miguel Guedes de Sousa, são o rosto dos novos tempos. Depois de terem comprado a Herdade da Comporta, foram, pé ante pé, expandindo o império, 'tomando conta' de tudo. De repente, já tinham inaugurado uma loja Fashion Clinic em pleno Carvalhal e quando, no ano passado, abriram o seu primeiro JNcQUOI Beach Club na Praia do Pêgo, desalojando o mítico Sal (dos Espírito Santo), o mundo já se tinha vergado ao seu poderio. No Verão, Madonna passou por lá e outras celebridades internacionais marcaram presença, com direito a foto para as redes sociais, confirmando que este já não é o paraíso perfeito para quem quer simplesmente enterrar os pés na areia e fingir que vive como o comum dos mortais, como o fez, nos anos 90, a princesa Carolina do Mónaco e outros membros da realeza europeia, que, de repente, achavam ter descoberto o único cantinho escondido nesta Europa em que se podia fugir aos paparazzi.

Foi nos tempos áureos em que o 'beija-mão' era feito não à família Amorim, mas sim aos Espírito Santo. Até ao declínio do BES e ao escândalo que fez com que, de repente, muitos atravessassem a rua à sua passagem, Ricardo Salgado e o seu clã eram, literalmente, os donos da Comporta. E ainda que na altura ainda não vivêssemos no apogeu das redes sociais, mesmo que já houvesse Tik Tok e Instagram, eles iriam preferir, certamente, as suas festas à porta fechada. E estas eram bem conhecidas pelo luxo, opulência e, sobretudo, por decorrerem longe dos olhares de todos, primeiro numa moradia mais singela e depois na casa que o antigo dono do BES construiu mesmo em cima das dunas, a 500 metros do mar.

Afastada da movida de capital (e da Quinta da Marinha, em Cascais), este era o cenário perfeito para que os Espírito Santo e o seu círculo mais íntimo se pudessem divertir na maior privacidade, corria o ano de 2010. No Verão, o burburinho marcava o ambiente daquela moradia a perder de vista, onde a passadeira se estendia para receber figuras ilustres do país e da Europa, ao mesmo tempo que se conseguia ouvir o rebentar das ondas do mar. "Se aquela casa falasse", dizia-se na altura. Só que não falava e tudo era vivido dentro de quatro paredes, num secretismo que apimentava o interesse em como viviam, afinal, os milionários nas suas férias na Comporta.

A casa de Ricardo Salgado na Comporta
A casa de Ricardo Salgado na Comporta

Com uma área bruta de 479 m2 já na altura a moradia de Ricardo Salgado foi comprada pela impressionante quantia de 1,1 milhões de euros. Esteve no mesmo sítio durante cinco anos, mas só depois da queda do Banco Espírito Santo se questionaria a legalidade das obras que levaram a que a propriedade tivesse sido erguida mesmo na linha do mar e com mais do triplo da área bruta atribuída ao imóvel antes existente no local.

Certo é que eram outros tempos - nos quais Ricardo Salgado ainda não tinha de ser grato por uma mesada de 40 mil euros da filha - e em que, chegada a sexta-feira, a família Espírito Santo enfiava meia dúzia de 'trapinhos' na mala e se reunia nas casas espalhadas pela Herdade da Comporta, em ambiente descontraído. Tão descontraído que ficaria para a história a entrevista dada por Cristina Espírito Santo - prima em segundo grau de Ricardo Salgado - em que esta se entusiasmou ao falar de como eram os seus dias em que, imagine-se, até comia lá pelas tascas do Carvalhal. 

Em resposta à pergunta do 'Expresso' de como, afinal, se vivia na Comporta, o refúgio dos ricos, a empresária respondeu: "Vive-se ali em estado mais puro. É como brincar aos pobrezinhos." Mais tarde, acabaria por lamentar a frase infeliz, salientando, no entanto, que esta teria sido descontextualizada.

Certo é que eram outros tempos - nos quais Ricardo Salgado ainda não tinha de ser grato por uma mesada de 40 mil euros da filha - e em que, chegada a sexta-feira, a família Espírito Santo enfiava meia dúzia de 'trapinhos' na mala e se reunia nas casas espalhadas pela Herdade da Comporta, em ambiente descontraído. Tão descontraído que ficaria para a história a entrevista dada por Cristina Espírito Santo - prima em segundo grau de Ricardo Salgado - em que esta se entusiasmou ao falar de como eram os seus dias em que, imagine-se, até comia lá pelas tascas do Carvalhal. 

Em resposta à pergunta do 'Expresso' de como, afinal, se vivia na Comporta, o refúgio dos ricos, a empresária respondeu: "Vive-se ali em estado mais puro. É como brincar aos pobrezinhos." Mais tarde, acabaria por lamentar a frase infeliz, salientando, no entanto, que esta teria sido descontextualizada.

Cristina Espírito Santo
Cristina Espírito Santo

Hoje, Cristina dificilmente cometeria tal 'argolada', até porque as tascas já fecharam quase todas, dando lugar a restaurantes da moda, com nomes em inglês, e contas que dificilmente começam antes dos três dígitos. Os restaurantes e hotéis - ou boutiques - são responsáveis pela primeira triagem de quem frequenta a Comporta, que não tem cancela à porta, mas também não precisa: basta passar por lá e entrar, por exemplo, no supermercado mais próximo, que provavelmente agora se chama mercearia gourmet, para ficar a achar que a inflação, afinal, até está simpática por estas bandas. 

Hoje, Cristina dificilmente cometeria tal 'argolada', até porque as tascas já fecharam quase todas, dando lugar a restaurantes da moda, com nomes em inglês, e contas que dificilmente começam antes dos três dígitos. Os restaurantes e hotéis - ou boutiques - são responsáveis pela primeira triagem de quem frequenta a Comporta, que não tem cancela à porta, mas também não precisa: basta passar por lá e entrar, por exemplo, no supermercado mais próximo, que provavelmente agora se chama mercearia gourmet, para ficar a achar que a inflação, afinal, até está simpática por estas bandas. 

A NOVA COMPORTA DE PAULA AMORIM 

Hoje, Paula Amorim - que detém a GALP e é herdeira do império deixado por Américo Amorim - é a dona da Comporta e nada parece igualar o seu poderio. A festa continua e nem mesmo o desgosto recente de ter visto arder - literalmente - o prédio que estava a semanas de albergar o seu primeiro hotel em Lisboa desmoralizou a empresária, de 53 anos, que ainda esta semana estendeu a passadeira vermelha para receber uma série de ilustres na sua loja Fashion Clinic, do Carvalhal.

Como pretexto de celebrar a abertura de um pop up da Gucci no espaço, a milionária - cuja fortuna da família está avaliada em 5,3 mil milhões - juntou num almoço nomes que para o comum dos mortais não são tão conhecidos como, por exemplo, o de Cristina Ferreira mas que têm o estatuto certo para brindar com o todo poderoso clã.

A NOVA COMPORTA DE PAULA AMORIM 

Hoje, Paula Amorim - que detém a GALP e é herdeira do império deixado por Américo Amorim - é a dona da Comporta e nada parece igualar o seu poderio. A festa continua e nem mesmo o desgosto recente de ter visto arder - literalmente - o prédio que estava a semanas de albergar o seu primeiro hotel em Lisboa desmoralizou a empresária, de 53 anos, que ainda esta semana estendeu a passadeira vermelha para receber uma série de ilustres na sua loja Fashion Clinic, do Carvalhal.

Como pretexto de celebrar a abertura de um pop up da Gucci no espaço, a milionária - cuja fortuna da família está avaliada em 5,3 mil milhões - juntou num almoço nomes que para o comum dos mortais não são tão conhecidos como, por exemplo, o de Cristina Ferreira mas que têm o estatuto certo para brindar com o todo poderoso clã.

Na Comporta, Paula mantém um estilo de vida milionário idêntico ao dos seus antecessores Espírito Santo com a diferença de que as suas festas já não são à porta fechada, ou melhor, até são, mas é sempre deixada uma fresta aberta para que todos possam espreitar... nem que seja nas redes sociais. Ou não estivéssemos em 2024...

Na Comporta, Paula mantém um estilo de vida milionário idêntico ao dos seus antecessores Espírito Santo com a diferença de que as suas festas já não são à porta fechada, ou melhor, até são, mas é sempre deixada uma fresta aberta para que todos possam espreitar... nem que seja nas redes sociais. Ou não estivéssemos em 2024...

Em 2022, por exemplo, o impensável aconteceu, com Paula Amorim a 'emprestar' a sua mansão da Comporta a Alessandra de Osma, uma figura muito conhecida da elite madrilena para que a exibisse numa produção para a  'Hola Living'. "Sassa de Oma abre-nos as portas da preciosa casa da sua amiga e cúmplice, a empresária portuguesa Paula Amorim, em Comporta", pode ler-se na reportagem da revista espanhola, em que são reveladas várias fotografias da casa.

Em 2022, por exemplo, o impensável aconteceu, com Paula Amorim a 'emprestar' a sua mansão da Comporta a Alessandra de Osma, uma figura muito conhecida da elite madrilena para que a exibisse numa produção para a  'Hola Living'. "Sassa de Oma abre-nos as portas da preciosa casa da sua amiga e cúmplice, a empresária portuguesa Paula Amorim, em Comporta", pode ler-se na reportagem da revista espanhola, em que são reveladas várias fotografias da casa.

Amiga de Paula Amorim posa para a 'Hola!' na casa da empresároa
Amiga de Paula Amorim posa para a 'Hola!' na casa da empresároa

Nas imagens, é visível o luxo 'estilo hippie chic' do imóvel, decorado com gosto, como casa de férias, muito assente em palhinhas e um ambiente confortável e elegante com uma extensa área exterior para convívios de verão - como é caraterístico nas casas daquela zona de elite do país. 

Cada vez mais conhecida em Espanha, Paula Amorim viria, este ano, a recorrer também à prestigiada 'Hola!' para mostrar como foi a exclusiva festa que deu  no palacete do decorador Lorenzo Castillo, em Madrid, para apresentar a loja 'pop up' (temporária) que abriu no El Corte Inglès da capital espanhola com a marca de roupa que tem em seu nome, Meet Paula. Na ocasião - que foi descrita pela 'Hola!' como a "festa mais cool da moda" - ouviu-se fado e dançou-se flamengo, na melhor simbiose entre os dois países, e a empresária recebeu algumas das figuras mais influentes da alta sociedade espanhola.

Uma antevisão do que será este verão na Comporta que, cada vez mais, cerra fileiras para se tornar num destino que só se pode ver pelo Instagram ou em revistas caras porque, no fundo, se apresenta tão inacessível como Hollywood. Por esta altura, até os mosquitos já se devem ter cansado do famoso 'sangue azul'.

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