
As últimas duas semanas foram para Harry de um enorme turbilhão emocional. À dor de perder uma das pessoas que mais amou e o amou a ele, a avó - que por acaso até era a rainha de Inglaterra -, o jovem príncipe percebeu neste regresso a Inglaterra o quanto as coisas mudaram - para pior - entre si e a sua família de sangue. Tomou enfim consciência das marcas fundas que o megxit provocou na sua relação com William. Não foi fácil conviver com a mágoa no olhar do irmão. Mais do que ter a certeza de ter ficado sem o seu melhor amigo e aquele que nunca lhe falhou, o que mais lhe doeu foi descobrir como o irmão estava profundamente ferido.
O duque de Sussex já desconfiava, mas agora ficou com a certeza: perdeu o irmão. Foi um vaso que quebrou e, por isso, como se sabe, jamais se conseguirá colar de tal forma que não se notem as marcas. A relação entre eles está para todo o sempre comprometida.
O príncipe rebelde ainda chegou a acreditar que o amor que William lhe tinha seria suficientemente forte para ultrapassar e esquecer tudo o que ele e a mulher fizeram e disseram sobre a família real [sim, Harry tem consciência do mal que fez]. Enganou-se! Desta vez, Harry ultrapassou todos os limites e o príncipe de Gales - que se sente traído e desiludido com o irmão - não o consegue continuar a desculpar como tantas vezes fez no passado. Saber tudo isto, coloca o duque de Sussex numa posição muito difícil de gerir emocionalmente.
Na verdade o que Harry gostaria de alcançar é o impossível: fazer a sua vida longe de Buckingham Palace (até mais para agradar a mulher, Meghan Markle) acusar publicamente a família das maiores barbaridades e, depois, voltar a Londres e ao convívio familiar e fazer de conta que nada se passou. Pior ainda: gostaria que o irmão e o pai (por serem as duas pessoas que mais lhe importam entre os Windsor, agora que já não tem a avó) continuassem a ter com ele o comportamento que sempre tiveram: de acolhimento e dando-lhe o lugar de destaque que ele considera que ainda tem quando chega a Inglaterra. Só que se esquece que perdeu esse lugar por culpa e decisão própria.
MEGXIT, UM CAMINHO SEM RETORNO
Mas a vida não é assim. O duque de Sussex saboreia o gosto amargo dos seus atos, incitados ou não pela mulher com quem casou. E não gosta desse sabor. Como não gosta de perceber que com o megxit, ele e a mulher, iniciaram um caminho sem retorno. Como é que poderá regressar para Inglaterra onde sente o distanciamento da família, a desconfiança do povo e uma certa animosidade contra a mulher que é a vista como a grande culpada de toda esta situação? Já percebeu que o melhor que lhe poderia acontecer seria uma reconciliação total e sincera com o pai e o irmão, mas ambos deixaram claro que não estão dispostos a dar-lhe mais uma oportunidade. Sentiu o quanto foi difícil a William estar a seu lado e de Meghan quando saíram à rua para saudar os súbditos que homenageavam da rainha Isabel II acabada de falecer. Percebeu-lhe o alívio sempre que não era obrigado a fingir uma aproximação que, afinal, não existia. Reconhece que William herdou a transparência de sentimentos da mãe de ambos, a princesa Diana. Mesmo aquilo que cala, os olhos revelam.
CARLOS III NÃO QUER O FILHO E A NORA POR PERTO
A hipótese de regressar a Inglaterra de forma definitiva está, portanto, completamente minada.
E Carlos III deixou-o claro no seu primeiro discurso como rei de Inglaterra. Não deixou de falar no filho e na nora, mas deixou claro que eles continuarão longe do Reino Unido e não lhes abriu qualquer porta para o retorno: "Também quero expressar meu amor por Harry e Meghan, enquanto eles continuam construindo suas vidas no exterior", disse de forma explícita para que todo o mundo ouvisse e para que não restem dúvidas onde é que quer ver os duques de Sussex: à distância. Mas as preocupações de Harry aumentam consideravelmente quando percebe que a vida que Meghan Markle lhe "vendeu" nos Estados Unidos está longe do sonhado.
Os americanos começam a dar sinais de estarem cansados dos Sussex.
Ávidos por fama e sucesso, o casal aproveitava cada evento para chamar a atenção sobre si. Só que isso em vez de lhes trazer os dividendos esperados, acabou por ter o efeito contrário. Deixaram de ser convidados para as coisas verdadeiramente importantes. Os seus nomes já não constam das 'guest list' mais exclusivas. Os Sussex já não são opção. Meghan e Harry estão hoje praticamente reduzidos a um papel secundário. Pouco mais lhes resta do que abrir as portas de sua mansão de Montecito, em Los Angeles, para as câmaras da Netflix. O futuro de irmão do futuro rei de Inglaterra é cada vez menos risonho... e real!