
Nasceram em berço de ouro, mas o ouro do berço das princesas Eugenie e Beatrice, as duas filhas do príncipe André e de Sarah Ferguson, não tem tantos quilates nem é tão brilhante quanto o dos dois primos, William e Harry, filhos do príncipe Carlos e da malograda princesa Diana. Os quatro são netos da rainha Isabel II, como também acontece com Peter Phillips, Zara Tindall (filhos da princesa Ana), Louise e James Windsor (filhos do príncipe Eduardo).
Dos oito netos da monarca inglesa, as atenções da família e do mundo sempre se centram em William (herdeiro ao trono de Inglaterra) e em Harry. Todos os outros, sempre tiveram um papel secundário. Mas enquanto os filhos de Ana e de Eduardo – que, por decisão dos pais, nem sequer têm os títulos de príncipes e princesas – não se importam de todo em estar mais na "sombra", já o mesmo não acontece com Beatrice e Eugenie. Elas, que ostentam orgulhosamente o título real, sempre fizeram de tudo para ter mais destaque entre os Windsor.
Contudo, a família real de Inglaterra vai mudando de protagonistas conforme os anos vão avançando. Para exemplificar, recuemos apenas algumas dezenas de anos ao tempo que as luzes estavam todas viradas para Isabel II, o príncipe Philip e para os seus quatro filhos: Carlos, Ana, André e Eduardo. Com o casamento de Carlos, os seus irmãos perderam automaticamente visibilidade. Todas as atenções se centraram especialmente nos príncipes de Gales e, sobretudo, em Diana. Ela, que foi durante tantos e tantos anos um dos membros mais importantes da família real. Chegou até ser mais querida do que a rainha pelos súbditos. Algo quase impossível de acontecer. Mas aconteceu!
PERDA CONSTANTE DE PROTAGONISMO
Com o nascimento de William e Harry, todos os outros Windsor desceram no ranking da importância. E assim tem acontecido ano após de ano. Hoje, a rainha continua a ser a figura central e a seguir são William, Kate Middleton e os seus três filhos: George Charlotte e Louis. Já Harry e Meghan Markle têm-se conseguido manter como protagonistas, mas apenas à conta de todas as polémicas que têm envolvido os seus nomes.
Dizem os especialistas em assuntos da realeza, em poucos anos eles vão perder importância, especialmente se se mantiverem a viver nos Estados Unidos, longe de Buckingham e de Windsor. Serve este exemplo apenas para mostrar que os restantes filhos e netos de Isabel II "vão ficando pelo caminho", que é como quem são relegados para papéis secundários ou praticamente inexistentes. Assim, não é de estranhar que Eugenie e Beatrice têm vindo a perder relevância na hierarquia da família real. Algo, diga-se, que as aborrece de sobremaneira.
A vida não lhes tem facilitado nada o desejo de terem os holofotes em si. Pior, sempre que isso aconteceu não foi de todo pelas melhores razões. As filhas de André e Fergie foram muitas vezes alvo de escárnio e tantas vezes ridicularizadas pelos seus looks – de extremo mau gosto, como aconteceu no casamento de William e Kate Middleton – e por alguns quilinhos a mais, uma genética que herdaram da mãe.
UM DIA SERÃO APENAS SOBRINHAS OU PRIMAS DO REI
Embora descontentes com a pouca visibilidade, a verdade é que Beatrice e Eugenie não deixam de ter um papel como membros da família real, só que não à escala que gostariam de ter. Já foram chamadas a participar nos mais variados atos públicos – desde que não sejam de relevância - e são madrinhas ou patronas de diferentes instituições de caridade, como é o caso da ‘Teenage Cancer Trust’, funções que lhe foram confiadas pelo estatuto de serem netas de Isabel II. Algo que deixará de acontecer quando passarem a ser apenas, e só, sobrinhas do rei (caso o príncipe Carlos suba ao trono) ou primas do rei (quando William for o representante máximo da monarquia britânica). Aí, sim, poucos ainda serão aqueles que se lembrarão das duas irmãs. Mesmo que continuem a ser chamadas de ‘Sua Alteza Real’.
Pelo insignificante papel que desempenham entre os Windsor, as duas princesas tiveram que se "fazer à vida". Apesar da fortuna pessoal do pai, que lhes poderia proporcionar uma existência sem terem de trabalhar, ambas têm carreiras profissionais fora das suas (muito poucas) responsabilidades reais. A princesa Eugenie é diretora de uma galeria de arte, a Hauser & Wirth, especializada em arte moderna e contemporânea. Já carreira profissional da princesa Beatrice passou por empresa de capital de risco chamada Sandbridge e agora trabalha numa empresa de software, a Afiniti, cuja função principal é angariar potenciais financiadores.
OS ESCÂNDALOS DA REBELDE SARAH FERGUSON
Eugenie e Beatrice cresceram com o estigma do escândalo da traição de Sarah Ferguson ao príncipe André. Saber que a mãe tinha deixado de ser ‘persona non grata’ entre os Windsor marcou as duas crianças que não deixaram de se sentir inferiorizadas. Fergie, como era carinhosamente tratada a mulher de André, tinha uma excelente relação com a rainha que ficou rendida à "lufada de ar fresco" que a ruiva representou no interior do Palácio de Buckingham. Simpática e de gargalhada fácil, houve em quem vaticinasse a Sarah conseguir "destronar" em popularidade a tímida e mais discreta cunhada, a princesa Diana. Puro engano!
A mulher do príncipe André foi apanhada numa situação muito comprometedora com um homem [que não o marido] e o divórcio foi a solução para o escândalo. A rainha Isabel II foi quem mais pressionou o filho a tomar uma atitude pública. E desde então, a monarca não quer a antiga nora por perto, pois não lhe desculpa todos os escândalos em que tem estado envolvida ao longo dos anos. Isto, como já dissemos, acabou por magoar Eugenie e Beatrice. Mesmo com os pais a continuar a viver sob o mesmo tempo e a mostrar ao mundo que é possível conservar uma amizade apesar de um "mau passo", as duas princesas nunca deixaram de se sentirem à margem da própria família.
ANDRÉ ACUSADO DE ABUSO SEXUAL
Como se não bastasse já tudo o que viveram no passado, as duas filhas dos antigos duques de York, vivem um novo tormento. O mais terrível de todos! Agora, por culpa do pai, o príncipe André que, em breve, se poderá sentar no banco dos réus (algo nunca visto entre os membros mais importantes da realeza inglesa) acusado de abuso sexual de uma menor. As acusações são feitas por Virginia Giuffre, que em 2001, afirma ter sido forçada a posar ao lado do membro real e que este a obrigou a ter relações sexuais.
Numa altura em que o Príncipe André vive os dias mais complicados da sua vida, depois de ter perdido o título de sua alteza real, devido ao processo colocado por Virginia Giuffre, que o acusa de violação, assédio sexual e de participar numa rede de tráfico de mulheres, o filho da rainha Isabel II vê a família virar-lhe as costas. A rainha Isabel II, pressionada pelo filho Carlos e pelo neto William, retirou todos os títulos reais e militares a André que deixou de ser tratado por 'Alteza Real'. Evidentemente, que isto é só mais um duro revés nas aspirações de Eugenie e Beatrice. Todos estes escândalos condenam as duas mulheres a terem uma vida muito mais discreta e longe das tribunas reais, que ambas tanto apreciavam. Caso para dizer que são princesas, mas pouco!