
Roger Basile mostra-se, agora, ao lado da mãe, Betty Grafstein, nos seus últimos anos de vida, em Nova Iorque. No entanto, a relação entre mãe e filho sempre foi pautada por períodos de altos e baixos e os problemas começaram muito antes de José Castelo Branco entrar na vida da norte-americana.
Na verdade, remontam ao primeiro casamento de Betty. A socialite foi mãe muito jovem, no entanto não se pode dizer que Roger tenha nascido propriamente num berço feliz. Isto porque a americana vivia uma relação conturbada, marcada pela violência, razão pela qual acabaria por fugir desse casamento.
No entanto, numa época em que o divórcio colocava um estigma sobre as mulheres, Betty não teria dias fáceis. Lutaria para se impor na sociedade norte-americana, mas com um filho pequeno nos braços, e sem uma rede de apoio familiar, não teve outro remédio que não o de colocar Roger num colégio interno de forma a conseguir trabalhar para, futuramente, o conseguir sustentar ao seu lado.
"A Betty teve de pôs mãos à obra, e a vida dela não era fácil. E o Roger acabou por passar alguns anos da sua infância num colégio, que na verdade era uma espécie de lar para crianças. Isso acabaria por o marcar para sempre e também a relação entre mãe e filho. Gostam muito um do outro, sem dúvida, mas há essa bagagem na relação deles", começa por contar uma fonte, acrescentando que a americana só conseguiria trazer novamente o filho para casa quando se casou, em segundas núpcias, com Albert Grafstein, o dono da companhia de diamantes que faria dela milionária.
"Por essa altura, o Roger voltaria a viver com a mãe, mas toda a fase da primeira infância já tinha passado e não deixa de haver uma certa sensação de abandono. Claro que depois se reaproximaram, alé de que a Betty nunca deixou de estar presente na vida dele, mas há sempre algum ressentimento. Nunca foi uma relação de mãe e filho normal."
O SEGUNDO AFASTAMENTO
Enquanto foi casada com Albert, Roger viveria, talvez, a melhor fase ao lado da mãe, porém, é certo que os seus feitios sempre foram bastante diferentes: o empresário mais conservador e Betty uma mulher sempre à frente do seu tempo e sem preconceitos.
Esse fosso entre os dois aumentaria precisamente quando a americana conheceu José Castelo Branco. Tinha acabado de enviuvar de Albert Grafstein com Roger a assumir, aos poucos, o comando da companhia de diamantes. No entanto, a relação com o português nunca foi do agrado do filho, que via no marchand d'art uma má influência na vida da mãe, além de que sempre desconfiou das suas verdadeiras intenções.
Começaria aí um novo asfatamento entre os dois, que se foi acentuando e que se tornou num motivo de tristeza para Betty, que, com o avançar das idades, sentia cada vez mais a distância do seu único filho, apesar de na maior parte do tempo se encontrarem na mesma cidade, Nova Iorque.
Roger continuou a ser vigilante em relação à vida da mãe, controlando os seus rendimentos para evitar que José Castelo Branco pudesse deitar, de alguma forma, mão ao património, mas a relação entre os dois era marcada pela falta de afeto. "Era esse carinho de que a Betty sentia falta."
Os dois só se reaproximariam depois de rebentar o escândalo de violência doméstica. Com a mãe hospitalizada, Roger organizou-se para vir a Portugal e levou Betty de volta para os Estados Unidos, onde se encontra agora a residir num lar. Nos últimos tempos, têm tentado sarar as dores do passado, ainda que não sendo uma folha em branco, a mágoa continua sempre presente.