
Dia 15 de Dezembro de 2021 o mundo artístico despedia-se de Rogério Samora. O grande "astro da representação" em Portugal, partia depois de, a 20 de Julho, ter tido uma paragem cardiorespiratória nas gravações da novela 'Amor Amor', que o atirou para um coma, do qual nunca acordou.
A esperança de que este recuperasse, por parte de Carlos Samora, primo e o único membro da família mais chegado, foi constante até ao último minuto... mas isso não bastou e a 15 de Dezembro o ator, depois de ter estado internado durante três dias, devido a uma infecção, morria.
Para trás, o ator deixou obras de arte, três casas, vários bens de valor sem que houvesse uma lista de herdeiros habilitados. Afinal, o maior sonho de Samora, o ser pai, nunca se havia concretizado...
E subitamente ficava-se sem saber quem é que ficava a administrar esta fortuna.
Durante os meses em que esteve no Hospital Amadora.Sintra, depois na Casa de Cuidados Continuados em Mafra, e depois, novamente, nas unidades hospitalares de Torres Vedras e mais uma vez Amadora Sintra, foi Carlos Samora que tratou de tudo.
"Não havia mais ninguém", dizia o primo. Não nos podemos esquecer que o pai do ator, Edmundo, se encontra há vários anos numa unidade de saúde, devido ao Alzheimer, e o irmão do ator, Paulo, estava, nessa altura, em destino desconhecido. "Dizem que está em Espanha", avançava, no velório do ator, Leonor Samora, ex-mulher da malograda estrela de 'Amor Amor'.
DOIS MESES DEPOIS
E como estavam as coisas... assim continuam. THE MAG falou com Carlos Samora que aguarda que a justiça trate de tudo. "Estamos neste momento à espera da habilitação de herdeiros. Isto ainda deve demorar uns quatro ou cinco meses. De qualquer maneira ao senhor Edmundo não vai faltar nada, como não faltou até agora", afirma. "É o tribunal que vai decidir quem vai administrar os bens do Rogério. Fui eu até à morte, mas apenas as coisas gerais, como a luz, gás, etc. Mas agora há outras coisas para decidir."
Do irmão Paulo nada se sabe. "Até agora não disse nada e eu confesso que não vou parar a minha vida toda para ir à procura dele, seja lá onde ele estiver. Enviámos mensagens quando o Rogério foi hospitalizado, quando ele faleceu e até agora ele nunca disse nada. Mandei eu e mandaram outras pessoas. O silêncio continua", garante.
Não nos podemos esquecer que quer Carlos Samora quer Leonor Samora haviam também tentado contactar Paulo para a única morada que tinham conhecimento sem nunca obterem qualquer resposta. "Enviámos cartas, o tribunal também... e nada", diz Carlos.
TOMAR CONTA DO NEGÓCIO
Para já o primo do ator espera pela decisão judicial. "O que importava, que era o próprio Rogério, já não está entre nós", diz revelando não ter interesse nos bens do ator. "Eu, a única coisa em que continuo a ajudar, é na casa do Porto. Sou eu que continuo a tratar do aluguer daquele espaço que foi decorado pelo Rogério. Os apartamentos estão para alugar e continuam a ter muita procura. Eu apenas trato dessa parte, nada mais".
Agora que já passaram dois meses desde a morte de Rogério, Carlos diz que vive "um dia de cada vez", até porque "o que importava, que era ter o Rogério entre nós não volta a acontecer. Ainda outro dia o meu neto perguntou por ele e confesso que não sabia o que responder. Foi aquele momento que bateu forte", revela.