
Durante vários meses, e sem que nada fizesse prever que dentro de pouco tempo rebentaria um escândalo de violência doméstica, a jornalista Alice Hines, da revista americana 'Vanity Fair', acompanhou José Castelo Branco e Betty Grafstein para uma reportagem que inicialmente era para ser uma coisa e, face aos acontecimentos, transformou-se noutra completamente diferente.
Num longo perfil em que nenhum pormenor é deixado de fora, a jornalista conta que foi como que uma sombra do mediático casal durante longas semanas, apercebendo-se de pequenas coisas que não cabem nos diretos de Instagram e seguem uma narrativa muito diferente daquela que aparece nas redes sociais.
Mais: como uma espectadora de bancada de quem nada sabia sobre o par e teve de começar do zero o seu trabalho de pesquisa, houve várias pontas soltas que rapidamente intrigaram a jornalista que, no final do trabalho, deixou várias questões no ar: é, afinal, Betty Grafstein assim tão rica, milionária, quando o próprio filho diz que ela não tem um tostão? E qual é a verdadeira história da socialite, nascida em Inglaterra, que sempre empregou o título de Lady, e garante ter tido como mãe adotiva uma dama de companhia da Rainha Mary, mas que uma consulta documental sugere que tudo pode ser meio fabulado?
Quando se termina de ler o artigo não deixa de haver aquela sensação de faz de conta, vida de fachada, de que, tal como em outras tantas narrativas, nem tudo o que parece é.
Contactado pela 'The Mag' by FLASH!, José Castelo Branco quebrou o silêncio sobre o artigo da 'Vanity Fair' para garantir que não mente quando mostra joias caras ou momentos faustosos nas suas redes sociais, e que as suas partilhas não são ficcionadas.
"Nunca foi uma vida de fachada. Como é que se pode fazer uma vida de fachada a dar jantares com salmão e caviar? Está tudo no Instagram, isso é fachada? Como é que é fachada as joias que a Betty sempre ostentou e eu sempre ostentei?", deixou no ar o socialite, acrescentando, no entanto, que o tom do artigo da 'Vanity Fair' é isento e, acima de tudo, identifica, vários aspetos para os quais tem alertado ao longo dos últimos meses e que, segundo o próprio, se resumem a "manipulação" e uma degradação do estado de saúde de Betty, aos 95 anos, com períodos de "confusão mental'.
"Há pessoas que vão achar este artigo um horror, e outras que vão ter outra leitura. Para quem percebe verdadeiramente inglês, é 'tricky' (ou seja, não é assim tão simples): não está nem contra a Betty nem contra mim. Infelizmente, mostra uma Betty fraca, confusa, com uma lavagem ao cérebro e que está a falar ao lado do filho e tem de dizer aquilo que ele quer, e o filho faz tudo para me pôr para baixo. Ponto, toda a gente sabe, não é novidade para ninguém. O Roger sempre teve ódio de mim, desde o primeiro dia", acrescenta em exclusivo à FLASH! o marchand, que tem estado a viver na casa da amiga Marluce, ex-mulher de Carlos Cruz.
Esta declaração em particular refere-se às várias versões sobre os relatos de violência doméstica que a jornalista foi ouvindo da parte de Betty e algumas incongruências, como o facto de a socialite se ter referido à ocasião em que Castelo Branco a teria empurrado três lanços de escadas abaixo no hotel onde estavam, em Cascais, quando de acordo com a autora do texto a unidade hoteleira não tinha essa condição em nenhuma das suas entradas.
"A verdade está a vir ao de cima, é como o azeite, aos poucos as pessoas estão a perceber quem isto é tudo uma grande cabala", diz José, para reiterar que nunca praticou violência doméstica para com Betty Grafstein.
Ainda assim, na 'Vanity Fair', a jornalista relata como viu José Castelo Branco tentar, por diversas vezes, forçar a mulher a calçar um par de Chanel nos seus pés doridos e inchados, sob o protesto dela, ou como a convenceu a sair de casa para que ambos levassem injeções de botox no consultório de um cirurgião famoso de Nova Iorque. Sobre este tipo de situações, o marchand d'art não nega que sejam reais, ainda que tenha um olha diferente sobre as mesmas.
"Levantar as pessoas faz parte da minha personalidade, quem está ao meu lado é para ser levantado, eu tenho uma força espiritual que consigo dar força, a própria Betty assume, que muitas vezes queria ficar em casa e eu puxava por ela", diz à FLASH!.
A VERDADE SOBRE A FORTUNA DE BETTY
Se pesquisar na internet, e ao contrário do que acontece sobre as verdadeiras fortunas, que estão, por exemplo, detalhadas na 'Forbes', não é possível precisar ao certo quanto mede, em dígitos, a riqueza de Betty.
Há quem diga que é 'tuta e meia', há sites onde se descreve um património estimado em 500 milhões de euros, ainda que sem algo concreto a sustentar esses números, mas há qualquer coisa no estilo de vida do casal que não é propriamente compatível com a de verdadeiros milionários.
É inegável que os dois têm um guarda-roupa assente em peças de alta-costura e joias valiosas, que Betty herdou do segundo marido, o joalheiro Albert Grafstein, mas depois a casa onde a socialite vive em Nova Iorque, na East 62nd Street, é alugado por um valor muito baixo - já houve, inclusivamente, até várias tentativas de despejo pelo facto de o apartamento estar arrendado à companhia de diamantes e Betty não ser funcionária da mesma.
De acordo com o filho, Roger Basile, a mãe "não tem um tostão", vive de "apoios sociais" e não tem muito mais do que algumas joias e o palacete de Sintra que, por sinal, está hipotecado.
Sobre o assunto, Castelo Branco consegue ser dúbio. Por um lado, admite que nos últimos 30 anos sempre levou uma vida faustosa ao lado da mulher, por outro que nunca ouviu falar em milhões ou sequer numa fortuna considerável.
"Isto é fantástico porque assim também podem ver que eu não me casei por dinheiro. Nunca. Eu não ando a contar, e a verdade é que a Betty nunca me disse ‘eu sou rica, milionária’, nunca me disse isso. Agora que tivemos vida de ricos e milionários, isso sempre. Como dizia Coco Chanel: 'mostra como tu vives, não mostres aquilo que tens'", reiterou.
Já sobre o facto de o título de lady ser basicamente uma criação literária, o português garante que é verdade, nunca viu nenhum papel autenticado a comprová-lo, mas não duvida daquilo que lhe foi contado várias vezes pela mulher, afirmando saber ainda mais do que aquilo que é público sobre os antepassados de Betty Grafstein.
"A Betty está muito confusa, nós estivemos muitas vezes com a família real, algumas pessoas faziam-lhe cortesia outras não. O resto não posso dizer nada. Eu sei quem são os verdadeiros pais da Betty, sou a única pessoa que sabe, mas ela pediu-me para levar esse segredo para o túmulo. Agora, que ela é 'royal', é. A Betty contou-me e a pode estar agora confusa, mas não é mentirosa", remata.