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Ladies and Gentlemen: Duran Duran! Como está a banda fétiche de Lady Di (e das adolescentes dos anos 80) aos 60 anos

Há 17 anos que os Duran Duran não vinham a Portugal. Os ‘Wild Boys’, que já foram os maiores galãs da pop, estão hoje à beira da idade da reforma, mas recusam arrumar as botas… Atuam sábado no Rock in Rio.
Miguel Azevedo
Miguel Azevedo
23 de junho de 2022 às 22:29
Ainda se lembra dos Duran Duran? Recorde as imagens icónicas de uma das bandas amadas dos anos 80
Duran Duran
Duran Duran
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É inevitável que o concerto que os Duran Duran têm projetado para amanhã (sábado, 25 de junho) para o Rock in Rio-Lisboa venha a soar a nostalgia. O grupo vem com disco novo, lançado no ano passado, mas traz também clássicos como ‘Save a Prayer’, ‘Ordinary Love’, ‘The Wild Boys’, ‘Hungy Like a Wolf’ ou ‘Notoriuos’. Se é verdade que quanto mais velho, melhor é o vinho, esta casta está mais do que amadurecida.

Esta é a história daqueles que já foram considerados os ‘novos românticos’ e os maiores galanteadores dos anos 80, mas que hoje são um grupo de sexagenários de quem os mais novos só ouviram falar pelos pais ou pelos avós.   


COMECEMOS PELAS APRESENTAÇÕES (REVISTAS E ATUALIZADAS) 

 

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Simon Le Bon Foto: getty images

SIMON LE BON, a voz e outrora o principal charmoso do grupo é, por estes dias, um homem de 63 anos, casado (desde 1985) com a ex-modelo britânica (de origem iraniana) Yasmin Parvaneh (reza a história que, depois de ver a sua cara na capa de uma revista, Simon ligou à agência de modelos para combinar um encontro entre os dois. E foi amor à primeira vista). Tem três filhas, todas elas mais velhas do que o próprio Simon Le Bon quando começou a cantar nos Duran Duran, Amber Rose, de 32 anos, Saffron Sahra, de 30 e Tallulah Pine, de 27. O cantor também já é avô, desde 2018. É agnóstico e um dos principais membros da Humanists UK, uma organização que visa promover e apoiar as pessoas que procuram uma vida tranquila sem crenças religiosas ou superstições.

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John Taylor Foto: getty images

JOHN TAYOR, o guitarra-baixo, é hoje um homem mais calmo, mas ele foi talvez o maior "mulherengo" do grupo. O seu ‘currículo’ é quase infindável. Namorou com algumas das mais belas modelos dos anos 80, entre as quais se contam, a supermodelo dinamarquesa Renée Simonsen, Janine Andrews (a bond girl de ‘Octopussy’), a também atriz britânica Patsy Kensit ou Christy Turlington (lembram-se da menina que aparece no videoclipe de ‘Notorious’?). Diz alguma imprensa que estoirou parte da sua fortuna só em viagens para visitar as namoradas. Assentou em 1999 quando casou com a estilista britânica Gela Nash (sete anos mais velha). Tem hoje 62 anos (acabadinhos de fazer na passada segunda-feira) e diz que ainda está vivo por muita sorte, referindo-se ao vício da cocaína nos anos 80. Vive em Los Angeles e tem hoje dupla cidadania, americana e britânica. 

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Roger Taylor Foto: getty images

ROGER TAYLOR (não confundir com o outro Roger Taylor, dos Queen) tem 62 anos e é o homem que assegura a bateria nos Duran Duran. O próprio Simon Le Bon, já o considerou como o elo de ligação entre toda a banda. Foi casado durante 21 anos com Giovanna Cantone, de quem teve 3 filhos, James (34 anos), Ellea (30) e Elliott (26). Divorciou-se em 2005, mas dois anos depois viria a casar-se novamente, com a modelo peruana Gisella Bernales, de quem tem um filho, Julian Roger, de apenas 11 anos. Transformou-se num dos mais conceituados DJ’s britânicos, sendo frequente fazer residências artísticas em Nova Iorque e Ibiza.  

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Nick Rhodes Foto: getty images

NICK RHODES, o homem que assume as teclas e os sintetizadores dos Duran Duran, é o mais novo do grupo a ter entrado para o ‘clube’ dos sexagenários (fez 60 anos no passado dia 8 de junho). É pai de uma filha de 36 anos, Tatjana Lee Orchida, fruto do único casamento que teve com a multimilionária Julie Anne Friedman, nos anos 80 (o divórcio aconteceu em 1992). É também fotógrafo e tem uma empresa de produção de conteúdos para cinema e televisão. Vive no centro de Londres, onde se instalou logo no começo do sucesso dos Duran Duran (inicio dos anos 80) e de onde nunca mais saiu.

 

Nota: Os Duran Duran fazem-se acompanhar atualmente por um quinto elemento chamado Dominic Brown (guitarrista) que só entrou para a banda já em 2006, depois da saída definitiva de Andy Taylor.  


VAMOS À HISTÓRIA E AOS FACTOS

Chegaram a ser chamados de ‘fab five’ (por analogia aos The Beatles que eram conhecidos como os ‘fab four’) e é bem provável que os Duran Duran tenham sido os principais protagonistas da redefinição da estética musical pop dos anos 80 e os responsáveis pelo nascimento desse estilo a que se convencionou chamar new romantic (os novos românticos), do qual a MTV (a dar os seus primeiros passos na altura) foi a principal difusora. A verdade é que com eles, o mundo da música nunca mais voltaria a ser o mesmo, no seu conteúdo e na sua forma, quando tomaram de assalto a indústria, as rádios e as pistas de dança. A puxar pelos galões, o grupo chegaria mesmo a dizer, mais tarde, que tinha pena dos anos 90, porque mais não eram do que "a década da ressaca das festas que se fizeram nos anos 80". 

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Lady Di e os Duran Duran Foto: getty images

 

Banda favorita da princesa Diana (era a própria quem o dizia), os Duran Duran foram os líderes da segunda invasão britânica nos EUA (a primeira tinha sido protagonizada pelos Beatles duas décadas antes) e foram pioneiros, por exemplo, na forma de fazer videoclipes (recorrendo a realizadores profissionais) e até na redefinição dos concertos ao vivo, sobretudo os de estádio. Eram extremamente visuais, demasiado elegantes, bem vestidos (chegaram a ter Georgio Armani a trabalhar para eles) e sensuais. "Éramos cinco homens heterossexuais e bonitos. Competíamos entre nós pelas mulheres mais sexy… eu ganhei", disse um dia Simon Le Bon.     
  

Desde a sua formação, em 1978, quando Nick Rhodes e John Taylor começaram a tocar num clube noturno de Birminghan, até aos dias de hoje, os Duran Duran (nome sacado ao vilão Dr.Durand Durand do filme ‘Barbarella) sofreram algumas mudanças (entradas e saídas), alguns desentendimentos e hiatos (motivados por exaustão de alguns dos seus elementos como Roger Taylor), mas na verdade nunca se separaram oficialmente. Logo em 1985, por exemplo, o grupo  já se tinha dividido em dois projetos paralelos, com John e Andy Taylor (guitarrista que tinha entrado para a banda em 1980, graças a um anunciou de jornal) a formarem os The Power Station e Simon Le Bon, Roger Taylor e Nick Rhodes a formarem os Arcadia.

 

Entre avanços e recuos em diferentes períodos como em 1992 ou em 1997, a variarem entre o quinteto e o trio, os Duran Duran voltariam em 2003 a reunir-se com os membros originais e apesar de não ter sido fácil encontrar uma editora que quisesse apostar neles novamente, o grupo lá assinou em 2004 um contrato para quatro álbuns (Andy Taylor sairia, no entanto, definitivamente em 2006 por incompatibilidade, com o grupo a revelar em comunicado que se tinha cavado "um abismo impraticável" entre ele e a banda). De lá para cá já lançaram cinco discos, o último dos quais no ano passado ‘Future Past’, o tal que será apresentado agora em Portugal.   

Formados com a ideia de fazerem uma espécie de fusão entre o glam rock de David Bowie e Roxy Music e o punk desregrado dos The Clash ou Sex Pistols, os Duran Duran souberam colocar-se na vanguarda da música feita no Reino Unido no início dos anos 80. A forma como se vestiam, se pintavam e se apresentavam em palco acabaria por fazer escola. O facto de Simon Le Bon ter estudado artes dramáticas também ajudou claro a criar o mito e a teatralidade do grupo.  Gravaram 15 álbuns de estúdio (‘Rio’ de 1982 será provavelmente a sua obra prima) e venderam mais de 200 milhões de cópias por todo o mundo. E como qualquer grupo que se preze, claro, somou também as suas históricas e polémicas.

AS POLÉMICAS

Se a revista Rolling Stone chegou a considerar os Duran Duran como "a primeira banda rock a mostrar especial talento para fazer vídeos", a verdade é que o grupo também teve alguns problemas por causa deles. Logo em 1981, a banda foi censurada pela MTV por causa do videoclipe hipersexual de ‘Girls On Film’ (continha cenas estetizadas de fetiches sexuais e mulheres em topless) e em 1997 seriam banidos da BBC por causa de um outro vídeoclip ‘Electric Barbarella’, em que Simon Le Bon e Nick Rhodes aparecem a interagir com um robô feminino. Mais recentemente, em 2011, o grupo voltou a ver outro vídeo ‘Girl Panic’ censurado nos EUA, por colocar cinco top models, Yasmin Lebon, Helena Christensen, Cindy Crawford, Naomi Campbell e Eva Herzigova, em cenas de festa, bebedeira e orgia.

 

Em 1985, os Duran Duran apresentaram-se para 90 mil pessoas no espetáculo solidário Live Aid, numa das mais faladas atuações do grupo, pelo facto de Simon Le Bon ter desafinado quando cantava ‘A View To a Kill’. "Foi o momento mais humilhante da minha carreira", viria a reconhecer. Que peso esse facto teve no seio da banda ainda é um mito, mas a verdade é que o grupo só voltaria a tocar junto, com os seus cinco elementos originais, em 2003. Em 1986 Roger Taylor retira-se ("eu estava esgotado", disse em entrevista) e Andy Taylor decide lançar-se a solo, o que até obrigou o grupo a acionar medidas legais para o obrigar a continuar na banda (é nessa altura que contratam um outro guitarrista Warren Cuccurullo, que ficaria até 2001).     

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Os Duran Duran hoje Foto: getty images

No final dos anos 80, a banda assistiu à demissão daqueles que tinham sido os empresários do grupo até então (embora nunca assumida, a partilhada desigual dos lucros teria estado na causa), o que coincidiu com o início da quebra de popularidade da banda, que de resto nunca mais seria recuperada. Mas o grupo nunca desistiu, continuou a gravar, a atuar e a ser falado, embora às vezes nem sempre pelos melhores motivos. Há apenas três anos, Simon Le Bom foi acusado por uma fã de lhe ter apalpado as partes baixas numa sessão de autógrafos decorrida em 1995 e já este ano, o mesmo Simon viu-se confrontado com os rumores da sua morte que circulou nas redes sociais. Já agora, fica para os anais: o cantor esteve sim perto da morte, mas em 1985, quando capotou a bordo de um barco de regata numa competição de vela em que participou e que era uma das suas grandes paixões.

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