
Os tempos são delicados para Alexandra Lencastre, que aos 59 anos, atravessa um momento familiar difícil com a morte do pai, Jacinto Teodósio Pedrosa, que faleceu na última quarta-feira, dia 18. A atriz encontrava-se a gravar a novela 'A Protegida', da TVI, ao lado da filha, Margarida Bakker, quando foi informada da perda, que a deixaria devastada.
Depois da morte, envolta em polémica, com a filha mais velha da atriz a acusar o Hospital Egas Moniz de negligência médica, as cerimónias fúnebres decorreram já esta semana, com a família a não esconder a dor num momento de luto, que chega numa altura em que Alexandra Lencastre não tem olhado a meios para chegar a todas as frentes, com a mãe a viver igualmente um contexto de saúde delicado, a braços com a doença de Alzheimer.
“A história do meu núcleo mais próximo não é muito feliz, o meu irmão é deficiente motor e também vivia comigo, depois teve de ser internado e o meu pai também está bastante doente, mas muito bem de cabeça, graças a Deus. É um homem culto e interessante que ficou deprimidíssimo de viver nesta realidade e, portanto, eu resgatei o meu irmão e a minha mãe e mudei-me para Sintra, para onde tivessem jardim para passear, e estou permanentemente em obras para adaptar o espaço às necessidades", tinha afirmado Alexandra Lencastre pouco antes da morte do pai.
PASSADO VOLTA À TONA
A morte do pai de Alexandra Lencastre traz também à tona dores antigas, relacionadas com a vida mais íntima de Jacinto Teodósio Pedrosa, que há 13 anos foi obrigado a reconhecer a paternidade de Ana Ribeiro, jornalista da RTP, fruto de uma relação extraconjugal, que terá mantido paralelamente ao seu casamento.
Registada como filha de pai incógnito, a profissional de comunicação sempre demonstrou grande interesse em saber a identidade do seu progenitor, que a mãe dizia ter morrido na guerra. Foi, no entanto, muitos anos mais tarde, e já numa idade adulta, que Ana Ribeiro chegaria ao nome de Jacinto, dando início a uma batalha legal para que a paternidade fosse reconhecida, uma vez que do outro lado não encontrou o acolhimento que esperado, tendo de levar o caso até às últimas consequências.
Do outro lado, contou-se à época que a mãe de Alexandra só descobriria a infidelidade do marido quando este foi chamado para realizar os primeiros testes de ADN. Aquando da confirmação em tribunal, o assunto acabaria por vir à tona, com a mediática atriz a pedir recato perante o momento familiar delicado.
Nessa altura, Alexandra explicaria também que tentou uma aproximação à irmã, mas sem sucesso. “Sempre tive um espírito bastante apaixonado e simultaneamente crítico e curioso. E isso levou-me a aproximar-me dela. Contudo, verifiquei que não existiam as condições necessárias para se gerar uma aproximação e uma relação saudável, porque não era uma coisa de sempre. Mas isto são situações que devem ser geridas e cuidadas dentro do seio familiar.”
Durante os meses seguintes, o assunto passaria a ocupar páginas infinitas nas revistas cor-de-rosa, mas com o passar dos anos cairia em esquecimento, nunca se tendo chegado a saber ao certo se, depois da confirmação, Ana Ribeiro iniciaria alguma espécie de relação com o pai e se a aproximação à irmã, Alexandra Lencastre, algum dia aconteceu. No entanto, à hora da morte de Jacinto Teodósio Pedrosa, haverá questões que se levantam e tendo sido a jornalista reconhecida pelo tribunal como sua filha, a questão da herança estará em cima da mesa.
Apesar de não ter marcado presença nas cerimónias fúnebres, a verdade é que a partir do momento em que foi reconhecida como filha legítima de Jacinto Teodósio, Ana Ribeiro passa a ter também direito sobre a herança do pai, não se sabendo se irá reclamar em tribunal a sua quota-parte da herança.
A atriz, recorde-se, depois de ter quebrado o silêncio sobre a situação familiar com a irmã, não mais voltaria a abordar o assunto, sendo público, no entanto, que as duas estão afastadas, não mantendo, aos dias de hoje, qualquer relação.