
Seis anos depois de ter deixado a família real britânica em clima de guerra, saído do Reino Unido e iniciado uma nova vida em Montecito, na Califórnia, as convicções inabaláveis de Harry começam a abanar e o coração do príncipe a amolecer. Há muito que fontes adiantam que o duque de Sussex está com saudades de casa, dos seus, e se dúvidas houvesse, na última entrevista que deu, à BBC, o marido de Meghan Markle despiu a sua capa mais dura para se mostrar vulnerável, principalmente quando o assunto era a família.
Assumiu que adorava "uma reconciliação", que está pronto para isso e que o magoa ver que o pai, o rei Carlos III, está a enfrentar uma dura batalha contra o cancro, na qual não o pode acompanhar.
“Adoraria reconciliar-me com minha família. A vida é preciosa. Não sei quanto tempo o meu pai ainda tem. Ele não fala comigo por causa dessa questão da segurança, mas seria bom reconciliarmo-nos”, declarou Harry à BBC.
E se para muitos as intenções de paz do príncipe seriam suficientes para quebrar o gelo na família, é sabido que, do outro lado, Harry tem pela frente uma muralha que não será fácil de transpor e a convicção de que será preciso mostrar mais para conseguir o perdão do pai e principalmente do irmão, William, que é quem está mais zangado com Harry.
Sobre o assunto, muita tinta tem corrido. Diz-se que Kate Middleton poderá ter um papel fundamental nessa reaproximação, mas que, a dada altura, Harry terá de fazer escolhas e que será preciso voltar às bases, e passar mais tempo em Inglaterra para conseguir, aos poucos, chegar ao coração da família.
No entanto, é sabido que para Meghan Markle não há qualquer hipóteses de um regresso a um país onde foi tão infeliz. Além de não se sentir acarinhada pelo público britânico, é na América que a atriz tem dado passos rumo àquilo em que acredita ser a sua vida. Atualmente, a duquesa não podia estar mais lançada, com o seu negócio de produtos biológicos e contrato milionário com a Netflix, mas para Harry, as coisas são bem diferentes: nunca se terá sentido em casa nos Estados Unidos e só a mulher e os dois filhos o prendem a um país sente que está atrasar as pazes com a sua família.
A 'DESILUSÃO' COM MEGHAN
A par de tudo o que já referimos, várias as razões apontadas para um distanciamento maior entre Harry e Meghan nos últimos tempos, mas uma das principais terá a ver com as ambições secretas de Meghan, que esta não terá mostrado nos primeiros tempos de casamento, e que se prendem com a vontade de se tornar uma celebridade a nível mundial. "Estão a passar por uma grande crise. E tem muito a ver com isso. Meghan tem uma ambição desmedida, quer ser uma celebridade poderosa, e esse é um mundo que Harry não consegue perceber", diz Tom Bower, ex-jornalista, escritor e especialista em assuntos de realeza.
Na verdade, este sempre foi um mundo do qual Harry se quis arredar e muito por causa de tudo o que a mãe, a princesa Diana, passou devido à pressão mediática. Inicialmente, pensava que Meghan partilhava da mesma vontade de uma vida afastada dos holofotes, no entanto, com o passar do tempo a atriz tem procurado cada vez mais a exposição, quer com o seu reality show para a Netflix, com o regresso às redes sociais ou com os contactos cada vez mais fortes para penetrar na indústria de Hollywood.
Tudo isso estará a deixar Harry e Meghan em polos opostos, numa altura em que a doença do pai o deixa com a sensação de que a saída do Reino Unido o fez perder muito e há coisas que dificilmente poderá recuperar.