
Amigas de infância, prostitutas, condessas, princesas, rainhas de concursos de beleza, Juan Carlos de Espanha teve uma legião de amantes, umas mais discretas, outras mais faladoras que outras. A libido do rei emérito chegou a ser considerada uma questão de Estado pelo menos duas vezes, com planos para conter o homem. Tanto quanto se sabe, os planos não tiveram andamento.
A condessa Olghina de Robilant foi a primeira a revelar publicamente os pormenores da vida de sedutor de Juantino. Os dois conheceram-se na juventude, ela tinha 22 anos, ele tinha 18, mas, segundo a própria condessa, já era experiente nas matérias do sexo.
"Aconteceu como uma flecha. Apaixonei-me como uma colegial. Era uma relação alegre, simpática, sem pretensões, sem compromissos", contou a condessa, citada pela jornalista Pilar Eyre. O facto de o então herdeiro do trono espanhol namorar com Maria Gabriela de Saboya não incomodava nenhum dos dois. "Ela está na Suíça e tu agradas-me muito", terá dito Juan Carlos à condessa.
Pilar contou que os amantes conheceram-se no restaurante Muxaxo, no Guincho, em Cascais, na passagem de ano de 1956, onde se encontrava parte da elite portuguesa e os filhos de muitas famílias reais que cá viviam exilados.
"Juanito olhava para mim com olhos maliciosos e, a certa altura da noite, passou-me sorrateiramente o seu guardanapo no qual tinha escrito ‘não ponhas batom nos lábios’". É o então príncipe queria beijá-la a todo o custo, disse a condessa. "Ele encurralou-me, beijou-me apaixonadamente e depois levou-me para o seu Volkswagen Carocha, estendeu os bancos e, nessa cama improvisada, fez amor comigo de uma forma sábia e lenta. Apesar de ser muito excitado, jovem e com a fita preta na manga pela morte do irmão, via-se que era um perito na matéria e sabia como dar prazer a uma mulher".
Olghina, que também nunca escondeu os seus muitos amores – Ernest Hemingway, Truman Capote, o rei Umberto de Saboia, Federico Fellini, Onassis, Burt Lancaster, Tony Curtis e Alain Delon –, teve certeza de que mesmo com apenas 18 anos Juan Carlos já tinha dormido com muitas mulheres.
DESEJO SEXUAL DESCONTROLADO
A juventude de Juan Carlos foi um problema para os seus seguranças pessoais. Tentaram de tudo para conter a vida sexual do príncipe. Segundo Pilar Eyre, chegaram a considerar uma operação (não se sabe qual) e um tratamento a base analgésicos para travar a libido. Tudo não terá passado de um plano. Mais tarde, já casado, a Zarzuela também terá criado um plano para reduzir a vida sexual do rei.
Para que tudo passasse de forma mais discreta, o notário García Trevijano ficou responsável por encontrar raparigas para Juan Carlos no primeiro ano que passou na academia militar da Saragoça.
Na escola naval de Marin, a missão foi mais difícil. Pilar Eyre contou que cada vez que o navio-escola chegava a um porto, um grupo de pessoas tinha de ir buscar Juan Carlos "nos piores antros portuários", descreveu a jornalista.
Na escola de viação, os serviços de segurança assumiram a responsabilidade de eles mesmos contratarem prostitutas para o então príncipe herdeiro para encontros três vezes por semana num apartamento arrendado em Múrcia. "O melhor é recorrer a profissionais que nunca nos metem em sarilhos com abortos ou chantagens", terá dito Juan Carlos a um colega.
Em Madrid, uma conhecida madame apresentava Juan Carlos a mulheres "muito discretas", disse a jornalista.
OS SEGREDOS SÓRDIDOS DA ‘OPERAÇÃO FARINELLI’
No início dos anos 2000, Juan Carlos terá sido alvo de mais um plano para que a sua vida sexual fosse mais controlada, tal como a FLASH! já tinha noticiado.
O ex-polícia José Manuel Villarejo contou no podcast da mais famosa ex-amante do rei emérito, Corinna Larsen, que a rainha Sofia e o serviço de inteligência espanhol terão dado início a uma operação para castração do então rei Juan Carlos. "Tentaram castrar Juan Carlos artificialmente para que ele parasse de ter relações com a senhora Larsen. Uma coisa muito séria", afirmou José Manuel Villarejo.
A ‘Operação Farinelli’, uma referência ao mais famoso cantor 'castrato' da ópera italiana do século XVIII, Carlo Broschi, que atuava com o nome Farinelli, tinha por objetivo injetar hormonas femininas em Juan Carlos para inibir a testosterona.
"Consideraram que era uma questão de Estado acabar com a sua libido, era preciso acabar com a paixão do guerreiro, por assim dizer. Mas o mais grave disto é que Sanz Roldán [ex-diretor do Centro Nacional de Inteligência] convenceu a rainha Sofia a assinar o consentimento", disse o ex-polícia no podcast ‘Corinna and the king’.
Recentemente, a divulgação de gravações feitas por Bárbara Rey, outra ex-amante de Juan Carlos, voltaram a abalar o palácio. Nos áudios que parecem ter sido gravados nos anos 1990, Juan Carlos diz que ele e Sofia não têm qualquer relação além da institucional desde que tiveram Felipe VI, o filho mais novo, em 1968, e que o casamento, de fachada, "é muito cómodo", pois "a rainha obedece e não sai com outros".
José Luis Ortega, que trabalhou diretamente para a rainha emérita entre 1982 e 2005, disse no programa 'Vamos a Ver' que, apesar de Sofia ter conhecimento do caso extraconjugal de Juan Carlos com Bárbara Rey, a divulgação do teor dos áudios "entristeceu" a mãe de Felipe VI. Ortega também garantiu que Sofia considerou "várias vezes" divorciar-se de Juan Carlos, mas não o fez a conselho da sua mãe, a rainha Frederica da Grécia.