Se a intenção maior de Meghan Markle ao casar com o príncipe Harry era tornar-se famosa, então, não há dúvidas que o conseguiu. A antiga atriz de Hollywood nunca foi tão mediática, para o bem e para o mal, como neste momento. Tom Bower, autor da mais recente biografia não autorizada dos duques de Sussex, ‘Revenge: Meghan, Harry and the War Between the Windsors’, [‘Vingança: Meghan, Harry e a guerra entre os Windsor’, em português] é quem aborda esta suposta ânsia da norte-americana pela fama. Mas há muito mais neste livro que está a provocar muitas dores de cabeça ao casal que se desvinculou na família real de Inglaterra e que decidiu fixar residência em Los Angeles. Aquela que é já apelidada como obra "escândalo" ou "bomba" pela imprensa internacional, expõe supostos "podres" de Meghan Markl. Demasiados podres para quem tem ambições de um dia chegar à Casa Branca e se tornar-se presidente dos Estados Unidos.
A duquesa de Sussex é descrita pelo o autor como uma diva manipuladora que vai compondo a história da sua vida da forma que lhe é mais conveniente. Bower evidencia traços de fabulação de Meghan Markle e acaba por desmontar algumas mentiras que esta terá construído ao longo da sua vida. Além do mais, o jornalista diz ainda que a antiga atriz da série ‘Suits’ é "egocêntrica, manipuladora e exigente".Ter entrevistado mais de 80 pessoas – todas elas testemunhas oculares, como assegura – ajudaram-no o traçar este perfil pouco favorecer de mulher por quem o príncipe Harry virou costas à própria família.
AUTOR CONTROVERSO
Este livro do jornalista britânico, que já é conhecido por outras biografias não autorizadas cheias de detalhes escabrosos e secretos, está a suscitar muito interesse mediático, especialmente devido a essas mesmas premissas. Curiosamente, esta obra não nasceu de algum problema prévio com os duques. Pelo contrário, afiança o autor que no início tinha até uma boa impressão da norte-americana. Mas quando foi entrevistado pelo famoso Piers Morgan, em ‘Uncensored’, Bower já descreveu Meghan como uma mulher "muito inteligente e muito calculista". Contou que ela sempre quis ser famosa. Um sonho de infância que realizou no dia em que se casou com o filho mais novo do príncipe Carlos e da falecida princesa Diana. Perante estas palavras, logo se adivinhava que o jornalista tinha traçado (conforme se veio a constatar) um perfil pouco elogioso da duquesa. Só que o autor desta biografia escândalo fez questão de se defender, dizendo que a sua intenção é apenas "dizer a verdade" sem manchar o nome de ninguém. Tudo o que apurou foi através de provas apresentadas por fontes, diz ele, fidedignas.
Tom Bower admitiu que enfrentou uma séria dificuldade quando quis chegar à fala com pessoas que conhecem bem a duquesa. Grande parte das informações que obteve para o livro vieram, por isso, de fontes que não gostarão assim tanto de Meghan Markle. Diz o autor que esta terá proibido as pessoas do seu círculo mais próximo de falarem com o jornalista britânico. "Ela deixou bem claro aos amigos e pessoas que trabalham para ela que não deveriam falar comigo. Foi, por isso, uma luta bastante difícil", afirmou o biógrafo. "Mas consegui pessoas suficientes para falarem comigo, mais do que suficiente, cerca de 80 pessoas.", acrescentou. Só que ao admitir que estas fontes não nutrem especial simpatia pelos Sussex, não estará este livro "inquinado"?
Para além das entrevistas que fez para perceber a personalidade da norte-americana, o escritor diz que também se debruçou com especial atenção sobre todo o processo do Megxit. O biógrafo está convencido de que este aconteceu quando a antiga atriz percebeu que pertencer à realeza trazia "muito trabalho e pouca recompensa". Além disso, são também analisadas as tão faladas relações de poder e inimizades dentro da família Windsor. Mas como qualquer outra obra deste cariz, não será totalmente fiel à realidade. Também não se pode escamotear que este jornalista, de 75 anos, ganha a vida com este tipo de livros: quanto mais escandalosos forem, mais engrossa a sua conta bancária. Portanto, esta biografia deve ser analisada com as devidas distâncias ainda que Bower assegure ter tido uma intenção patriótica: "É por isso que decidi escrever este livro. Penso que aquela mulher estava realmente fazendo algo de muito terrível à Grã-Bretanha."
DESMENTIDOS DESACREDITAM BIOGRAFIA
Assim, não é de estranhar que Thomas Markle, citado várias vezes no livro e que se sabe estar em conflito com a filha, já tenha vindo a público desmentir o jornalista em variadíssimos assuntos, como aquele é que Bower diz que o pai da duquesa estava a planear viajar para o Reino Unido por ocasião das celebrações do Jubileu de Platina da rainha Isabel II para ver a sua filha e o príncipe Harry. Mas não é o único que já veio desacreditar esta polémica biografia. Kristen Meinzer, que é co-apresentadora do podcast ‘The Royal Report ‘da ‘Newsweek’, também já o fez. "Se nem sequer consegue acertar simples factos, como podemos confiar em tudo o que ele diz sobre os Sussex?", atirou Meinzer, citada no livro. O mesmo aconteceu com o Sam Kashner, da ‘Vanity Fair’. Este jornalista já afiançou ao ‘The Times’ que Bower distorceu as suas palavras. Em ‘Revenge: Meghan, Harry and the War Between the Windsors' lê-se que Kashner "se sentira manipulado" pela duquesa, só que este nega tudo e acaba por lamentar que "Tom Bower não tenha transmitido a minha admiração e respeito por Meghan Markle no excerto do seu novo livro".
PASSAGENS POLÉMICAS
Rigorosa ou não, a verdade é que esta biografia já está a dar muito que falar. Por exemplo, Tom Bower diz que Meghan "pensava que a família real seria como Hollywood". O escritor referiu também que a carreira de atriz que a duquesa tinha antes de se casar com o príncipe Harry, em 2018, não estava a correr como ela sonhava. "É errado dizer que ela era uma atriz famosa, não era, era uma atriz de terceira categoria", opinou. Mas há mais. O livro aborda alguns eventos passados como por exemplo, o alegado desabafo da Rainha Isabel II perante a ausência de Meghan Markle, o ano passado, no funeral do marido, o príncipe Philip. Harry viajou sozinho enquanto a ex-atriz ficou nos Estados Unidos, onde o casal vive atualmente. "Felizmente a Meghan não vem", terá confessado a monarca a pessoas mais próximas.
Quem conhece a monarca, diz que dificilmente ela terá proferido estas palavras. Mergulhada na dor de perder o amor da sua vida, não teria sequer cabeça para se pronunciar sobre a ausência da mulher do neto. Bower recupera ainda uma outra polémica. Garante que Meghan Markle terá mesmo feito Kate Middleton chorar numa prova de vestidos para o casamento, em 2018, cerca de um mês depois de a duquesa de Cambridge ter sido mãe pela terceira vez. A norte-americana desmentiu este episódio na célebre entrevista a Oprah Winfrey.
