
José Carlos Malato viveu recentemente o drama da morte do pai, António Malato – 1 de maio –, vítima de cancro, depois de vários meses a lutar contra a doença.
No meio do sofrimento o apresentador da RTP chegou a desejar que, quando chegasse a sua hora, tivesse a liberdade de escolha.
"Que sofrimento inútil e dispensável! Espero que, quando chegar a minha vez, tenha discernimento, força, coragem e a lei do meu lado para decidir, eu próprio, ir ao encontro dela", desabafou na altura.
Na tarde desta terça-feira, 29, depois do Parlamento ter chumbado os quatro projetos-lei de despenalização da eutanásia, o apresentador veio a público tecer duras críticas ao PCP, por ter votado contra os projetos-lei e mostrar-se a favor da liberdade da pessoa "escolher" a sua morte.
"A posição do PCP votando contra a proposta de Lei que regulamentaria a eutanásia é lamentável e confrangedora. O meu pai, comunista militante e eu, que tanto falei com ele sobre o assunto, seguramente concordaríamos que o lugar deles era dentro deste penico! António Felipe Galriça Neto, que vergonha!", escreveu Malato.
O apresentador vai mais longe e recorda os momentos de dor e sofrimento com um texto violento e polémico.
"Há alguma dignidade neste sofrimento? Há algum argumento capaz de valer a este sofrimento desnecessário, inútil e atroz? Há alguma Galriça Neto, algum António Filipe, algum Fernando Negrão que tenham coragem para ver este homem contorcer-se com convulsões, desideratação e incontinência? Desejo-vos a todos o mesmo. A mesma impotência, o mesmo descontrolo, o mesmo sofrimento atroz. A vocês e aos vossos familiares. Espero que não tenham a sorte de morrer de um tiro!"