Harvey Weinstein considerado culpado de violação
O poderoso produtor de Hollywood foi considerado culpado de duas acusações e pode vir a ser condenado a prisão perpétua.
Notícia atualizada.
Harvey Weinstein foi esta segunda-feira, 24, considerado culpado de violação por um júri nova-iorquino. O júri composto por sete homens e cinco mulheres demorou cinco dias a chegar à decisão. Agora pode enfrentar pena perpétua.
O poderoso produtor de Hollywood foi considerado culpado de duas acusações, tendo outras três caído. De acordo com o jornal 'The New York Times', Weinstein foi considerado culpado de ter perpetuado um crime sexual e de violação, mas foi absolvido das acusações de comportamento sexual predatório.
Seis alegadas vítimas de abuso sexual testemunharam contra o homem de 67 anos de idade, informa a 'Sábado'.
O júri considerou provado que Miriam Haleyi, uma assistente de produção da empresa de Weinstein, foi forçada a receber sexo oral do produtor em 2006, e a aspirante a atriz Jessica Mann, foi violada num quarto de hotel de Manhattan em 2013.
Sobre as acusações de que é alvo, Weinstein, detido em maio de 2018, sempre negou os abusos e garantiu que todas as relações sexuais que teve com estas duas mulheres foram consensuais.
Ao júri do Supremo, Haleyi, agora com 42 anos, contou que tentou fugir. "Disse-lhe que não queria que aquilo acontecesse. ‘Isto não vai acontecer, estou com o período’". Depois disso, segundo diz, Weinstein tirou-lhe o tampão e fez-lhe sexo oral enquanto a agarrava. Questionada pela defesa do ex-produtor de Hollywood, Miriam Haleyi admitiu ter aceitado viagens para Los Angeles e Londres já depois do ataque. Defendeu que precisava de trabalho.
Jessica Mann, que acusa Weinstein de violação, assegurou em tribunal que começou uma relação "degradante" com o antigo produtor que não envolveu relações sexuais até ao dia em que ele a violou.
"Eu sei que a minha relação com ele foi complicada. Isso não altera o facto de que ele me violou", disse depois de ser interrogada pela defesa de Weinstein.
O julgamento ocorre cerca de dois anos após o jornal 'The New York Times' e de a revista 'The New Yorker' terem publicado, em outubro de 2017, reportagens a denunciar o escândalo sexual no meio cinematográfico norte-americano.
Foi a partir dessas reportagens que se gerou o movimento coletivo espontâneo de denúncia e partilha #MeToo.