
O ator Adérito Lopes foi "agredido violentamente", esta terça-feira, dia 10 de junho, em Lisboa, momentos antes de subir ao palco com a peça 'Amor é um fogo que arde sem se ver...', espetáculo da companhia de teatro A Barraca, que ia decorrer no Teatro Cinearte, no Largo de Santos.
O ataque, alegadamente por um grupo de extrema-direita, obrigou ao cancelamento do espectáculo.
De acordo com a atriz e encenadora Maria do Céu Guerra, Adérito Lopes tinha chegado mais cedo para se preparar para a peça. Os atores que iam chegando cruzaram-se "com um grupo de neonazis com cartazes, programas", com várias frases xenófobas, que começaram por provocar uma das atrizes.
"Eram cerca de 30, começaram por provocar uma atriz, que vinha com uma camisola com uma estrela, e que vinha com headphones e, portanto, nem ouviu o que diziam (...) De repente, tentaram atacar um dos atores. Depois, chegou o Adérito Lopes, que se vinha preparar, uma hora antes do espetáculo, e foi agredido violentamente", explicou à 'RTP 3'.
Os atacantes terão deixado um papel onde se lia "Portugal aos portugueses".
Adérito Lopes precisou de assistência médica, tendo sido assistido no local pelos bombeiros e depois transportado para o hospital.
O principal suspeito da agressão foi entretanto localizado e intercetado pela PSP.
Em declarações à Lusa, fonte da PSP revelou que o homem com 20 anos foi localizado nas ruas adjacentes ao Largo de Santos e que os factos apurados vão ser comunicados ao Ministério Público.