Ana Anes terá tentado matar o pai, o criminologista José Manuel Anes, depois de passar vários anos a ameaçá-lo e a pressioná-lo para que passasse uma casa que tinha na Costa de Caparica para o seu nome.
A sexóloga e escritora estava desempregada e, sem meios de subsistência, queria vender a casa para poder arrecadar o dinheiro. Contudo, apesar de não ceder neste assunto e desta relação profundamente problemática – da qual já se teria queixado a amigos – José Manuel Anes fazia questão de dar uma mesada à filha.
Apesar de não ter trabalho, Ana Anes mostrava-se constantemente a viajar pela Europa nas redes sociais. A mulher partilhava fotografias recentes alegadamente em Milão, Praga, Nápoles e até na Riviera Francesa, e outras mais antigas em locais como Malta, Paris ou México.
Embora Ana Anes tenha alegado que o pai a tinha excluído da herança, a lei portuguesa não permite que pais deserdem filhos.
A doença mental como atenuante do crime está obviamente ainda em cima da mesa. Tanto é, que a mulher de 48 anos foi transferida da prisão de Tires para o Hospital-Prisão de Caxias para receber acompanhamento psiquiátrico, em prisão preventiva.
A 'CNN Portugal' também revelou novos detalhes sórdidos sobre o crime: Ana tocou à porta e o pai abriu, pensando tratar-se da entrega de uma encomenda.
Foi desde logo atirado ao chão pela filha, que a seguir o agrediu com vários murros pelo corpo todo. Depois, com uma faca, atingiu-o na cabeça, pernas, mãos e abdómen, até que, por fim, lhe pressionou os dois olhos com os dedos, deixando-o sem ver. Felizmente, Ana pensou que vinha alguém e fugiu, mas o idoso acabou por ficar sozinho, gravemente ferido, durante duas horas.
José Manuel Anes está ainda internado no Hospital de São José, onde foi alvo de uma cirurgia devido aos golpes de faca na barriga e que, por sorte, "não atingiram órgãos vitais", segundo revelou ao 'Observador' Tiago Ghira Campos, membro da Maçonaria, da qual José Manuel Anes também faz parte.