
O popular cantor Nel Monteiro, de 75 anos de idade, quer desafiar o primeiro-ministro António Costa para um duelo de palavras, "cara a cara na televisão, num jornal ou numa revista".
"Quero ter uma entrevista com o António Costa. Tenho perguntas sábias para lhe fazer pois não há ninguém que tenha coragem de o confrontar com a realidade do drama que os artistas estão a viver", sugere o cançonetista, que acusa o primeiro ministro de estar a governar mal: "Proibir as pessoas de saírem à rua como ele faz não custa. Quem paga somos nós, o 'Zé Povinho'. Os governantes têm o ordenado deles garantido, de certeza que não vão morrer à fome".
O ex-concorrente do programa da SIC "Amigos Improváveis" atira ainda farpas à ministra da Cultura, Graça Fonseca, que acusa de inércia em matéria de apoios à sua classe. "A ministra da Cultura não tem culpa. Quem manda nisto tudo é o primeiro ministro. Mas ela, se diz que apoia os artistas, devia bater-lhe o pé. E se ele não lhe ligar, demite-se. As artes têm que continuar, mas já percebi que para estas pessoas não são nada em Portugal. Não somos os culpados pela pandemia da Covid-19", defende.
"OS ARTISTAS TAMBÉM COMEM"
O intérprete do sucesso musical "Azar na Praia" denuncia também, revoltado, o abandono a que o Governo votou a Cultura.
"O Estado está-se lixando para as artes. Não vai haver apoios para ninguém. Não é justo, os artistas também comem", alerta, contando o que está a fazer, depois de todos os seus concertos em 2020 terem sido cancelados e de estar sem meios para pagar as suas contas, nomeadamente junto da banca.
"Estou sem trabalho e aos 75 anos não cruzei os braços. Fiz uma parceria com um stand de automóveis de Aveiro e dou a cara pela marca, recebo uma comissãozita. Vendo uns carros quando dá mas preciso de um trabalho a tempo inteiro, de fazer concertos. Os cantores estão sem trabalho porque o Estado nos proibiu de trabalhar", remata.