José Rendeiro não esquece um dos episódios mais duros da sua vida, que viveu ao lado da mulher, Maria de Jesus, logo no início do século XXI.
"2001 foi um ano difícil para mim em termos pessoais. A Maria descobriu que tinha um cancro da mama. Ela já suspeitava mas não me confidenciou nada. Deixou correr o tempo até achar que não podia esperar mais. Quando soube, a minha reação foi dizer-lhe para se acalmar e que juntos íamos vencer a doença", lê-se no livro "João Rendeiro - Testemunho de um banqueiro", da autoria da jornalista Myriam Gaspar.
O homem da banca tremeu e temeu que aquele pudesser ser o seu fim. Dela e da mulher que tanto diz amar. "Dei depois por mim a pensar que se a Maria morresse, eu também queria morrer". E explica: "Conhecemo-nos desde pequenos, começámos a namorar aos 17 e casámos com quase 21. Foi sempre a minha companheira. Não me envergonho de dizer que muitas vezes chorei por causa do que a Maria teve de passar. Até quando a Maria já não tinha cabelo continuava bela."
João Rendeiro diz ter feito tudo o que estava ao seu alcance para animar e surpreender a mulher, que tanto sofreu durante os duros tratamentos. "Para tentar animá-la e libertá-la do trauma, combinei com a Maria viajarmos depois de cada sessão de quimioterapia. De uma das primeiras vezes, fomos para Marraquexe, deixando os médicos em pânico, devido ao perigo de infecção. Visitámos ainda o Guggenheim, em Bilbau, Paris, Viena e muitos outros locais. Tudo era pretexto para nos afastarmos e eu estar junto dela", contou no livro.
