
Depois de Donald Trump ter publicado uma fotografia vestido de Papa, parece quase profecia. Robert Prevost, de 69 anos, é o primeiro Papa oriundo dos Estados Unidos e para muitos representa um ponto final parágrafo na linha do seu antecessor, Francisco, que quis uma igreja mais aberta, e que fosse de "todos".
Nascido em Chicago, Robert Prevost, que será conhecido como Leão XIV, é um intelectual, que fala várias línguas e ocupava um dos lugares mais importantes da Santa Sé, chefiando o escritório do Vaticano e sendo responsável por nomear bispos no mundo todo. Antes, esteve duas décadas no Peru, onde se tornou bispo e onde tornaria também conhecidas algumas das suas ideias mais marcantes.
Visto como discreto e menos efusivo do que Francisco, não é expectável vermos, por exemplo, imagens do novo Papa a pegar bebés ao colo e também em relação à abertura da igreja católica a ser necessariamente diferente, uma vez que é mais contido em relação a questões de identidade de género ou a uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Em 2012, num discurso para bispos, lamentou que os meios de comunicação fomentassem "simpatia por crenças e práticas que estão em desacordo com o evangelho", falando de um "estilo de vida homossexual" e "famílias alternativas compostas por parceiros do mesmo sexo e seus filhos adotivos". E enquanto bispo de Chiclayo opôs-se a uma disciplina que abordasse questões de ideologias de género nas escolas.
Muito conhecido é também um caso de alegado abuso sexual com o qual Prevost parece não ter tido mão tão firme. Enquanto Francisco mostrava tolerância zero para este tipo de questões, o novo Papa é acusado de ter acolhido um abusador num mosteiro, no Peru, não vetando a sua integração mesmo depois de um processo ter sido aberto em torno do assunto. Três sobreviventes desse abuso do padre, acabaram por denunciar Prevost, por nada ter feito para condenar as ações do homem, que continuou impune.