
A morte do famoso galerista e marchand de artes norte-americano Brent Sikkema ganhou contornos macabros no último final de semana, noticiou o 'G1'.
Brent, de 75 anos, coproprietário da galeria de Nova Iorque Sikkema Jenkins & Co, e marchand de artes do famoso pintor e escultor Jeffrey Gibson, foi encontrado morto na sua casa no Rio de Janeiro a 15 de janeiro por uma amiga que suspeitou do silêncio ao longo do final de semana. O milionário visitava cidade brasileira pelo menos três vezes ao ano, principalmente no Réveillon e no Carnaval, para escapar do inverno dos Estados Unidos.
Na altura em que foi encontrado morto, as autoridades disseram que o homem foi assassinado com 18 facadas no tórax e rosto, na cama do seu quarto, e a linha de investigação parecia ser roubo seguido de assassinato. Mas tudo mudou ao longo da investigação.
As autoridades prenderam o cubano Alejandro Triana Prevez poucos dias depois do crime, no estado de Minas Gerais, enquanto tentava fugir do país. O homem era o principal suspeito do crime depois que câmaras de segurança de uma empresa privada apanharam-no a vigiar a casa do milionário norte-americano, dentro de um carro, e depois a entrar na propriedade sem qualquer dificuldade no dia do crime, onde permaneceu por 14 minutos.
Alejandro confessou o assassinato às autoridades mas deu outro nome como autor do crime: o do cubano Daniel García Carrera, ex-marido de Brent, que o assassino conheceu ainda em Cuba, quando prestou serviços na casa do ex-casal.
Guerra de milhões após divórcio Brent Sikkema e Daniel García estavam num divórcio difícil há mais de dois anos, com guerras sobre pensão de alimentos para Daniel e o filho adolescente do ex-casal e a guarda do menino de 13 anos.
Brent Sikkema e Daniel García estavam num divórcio difícil há mais de dois anos, com guerras sobre pensão de alimentos para Daniel e o filho adolescente do ex-casal e a guarda do menino de 13 anos.
De acordo com a 'Folha de São Paulo', as discussões entre o ex-casal já tinham envolvido as autoridades norte-americanas. Daniel acusou o ex-marido de abusos físicos e psicológicos, assim como de consumir drogas na frente dos filho. A denúncia foi considerada infundada pelas autoridades.
Daniel também acusava o ex-marido de pagar valores baixos de pensão de alimentos a ele ao filho, por isso pedia 6 milhões de dólares, além de uma pensão mensal. O homem argumentava que o galerista não se continha nos gastos com festas e prostitutos.
Num dos momentos mais graves da guerra, Daniel tentou outra denúncia, em que dizia que Brent estava a comprar uma arma automática e ia ser autor de um ataque no aeroporto de Nova Iorque. Brent chegou a ficar 22 horas preso em Nova Iorque.
Com toda as desavenças familiares, Brent retirou o ex-marido do testamento em 2022, noticiou a 'Folha de São Paulo'.
Antes das guerras da separação com Daniel, Brent tinha um testamento em que deixava ao ex-marido a casa no Rio de Janeiro, onde acabou por ser assassinado, e incluía todos os seus bens pessoais.
Em maio de 2022, enquanto já estava a passar pelo divórcio, Brent alterou o testamento para beneficiar o primeiro ex-marido, Carlos. "Eu deserdo específica e totalmente Daniel Sikkema, independentemente de ele ser meu cônjuge legal no momento da minha morte ou não", diz o novo documento.
Já o primeiro ex-marido, Carlos, passou a ser beneficiário de um milhão de dólares, outros familiares do galerista recebiam doações e a maior parte da herança ficava para o filho, fruto da relação com Daniel.
Daniel e o filho ainda não foram encontrados pelas autoridades. A polícia do Rio de Janeiro pediu a intervenção da Interpol para encontrá-lo.