O príncipe Harry deslocou-se, nesta terça-feira, ao Tribunal Supremo de Londres, para testemunhar no processo que interpôs ao grupo de comunicação social Mirror Group Newspapers, detentor do tabloide ‘Daily Mirror’, acusado de recorrer a métodos ilegais, como "hacking" telefónico e espionagem para escrever notícias sobre si.
Durante a sua intervenção, o duque de Sussex deixou duras críticas aos tablóides britânicos e nem o governo do Reino Unido, encabeçado por Rishi Sunak, do Partido Conservador, escapou à sua fúria.
"Não estou aqui porque odeio a imprensa tabloide ou sequer uma das suas secções, mas para responsabilizar de forma apropriada as pessoas que usurparam os privilégios inerentes a ser um membro da comunicação social", começou por referir na conclusão do seu depoimento.
"Sinto que preciso de me assegurar que este comportamento ilegal seja exposto, porque não quero que mais ninguém passe por aquilo que tenho passado a um nível pessoal. Mas também, a um nível nacional, porque, de momento, o nosso país é julgado globalmente pelo estado da nossa imprensa e pelo nosso governo, ambos os quais acredito terem batido no fundo", continuou.
"A democracia falha quando a imprensa não escrutina e responsabiliza o governo e, ao invés disso, dorme na mesma cama com eles para assegurar o ‘status quo’", rematou o marido de Meghan Markle.
Refira-se que no documento submetido à Justiça, composto por 55 páginas, Harry explicou as pistas que o levaram a suspeitar de que o seu telemóvel tenha sido alvo de escutas e listou dezenas de artigos noticiosos que terão, a seu ver, sido elaborados com recurso a informação ilegalmente obtida, através destes métodos.
