
O príncipe Harry está a travar com outras celebridades três duras batalhas judiciais contra os maiores tabloides britânicos por supostamente terem sido vítimas de espionagem e esta quarta-feira, 10, novos dados polémicos vieram à tona.
O duque de Sussex alegou em tribunal que a invasão à sua vida privada levou ao fim do relacionamento de seis anos com Chelsy Davy, acusando o grupo Mirror Group Newspapers (MGM) de ter gravado chamadas da sua então namorada. Numa declaração revelada pelo seu advogado, Harry afirmou que Chelsy decidiu que "uma vida real não era para ela" após repetidos atos de assédio, noticiou a 'BBC'.
A atividade ilegal da empresa dona do 'Mirror' "causou grandes desafios" no relacionamento, disse Harry, citado pelo seu advogado.
As alegadas ações ilegais envolveram a perseguição de jornalistas, que reservaram um quarto de hotel onde o príncipe e Chelsy estavam de férias, em Bazaruto, uma pequena ilha na costa de Moçambique, e também a gravação de chamadas telefónicas.
Harry disse que o telefone da ex-namorada foi pirateado entre 2007 e 2009.
As ações de pirataria causaram "enorme angústia", afirmou Harry. E "apresentaram preocupações de segurança muito reais não apenas para mim, mas também para todos ao meu redor", explicou, acrescentando que também criaram "uma enorme quantidade de paranóia" nos relacionamentos futuros.
"Todas as vezes que ele estava num relacionamento, ou mesmo no rumor de um relacionamento, toda a família dessa pessoa, e muitas vezes os seus amigos, eram 'arrastados para o caos' e encontravam-se sujeitos a atividades ilegais por parte da MGN", disseram os advogados.
Harry acredita que aquela empresa gravou chamadas de pelo menos 30 pessoas com quem ele tinha um relacionamento próximo.
O filho mais novo do rei Carlos III e da princesa Diana deve regressar em junho a Londres para testemunhar neste processo. Mas há outros.
O apoio de Elton John
Segundo a acusação, a Associated Newspapers teria pago a agentes da polícia corruptos para obter informações privilegiadas, falsificaria documentos de identidade para obter registos médicos e invadiria contas bancárias por "meios ilícitos e manipulação".
A dona do 'Daily Mail' diz que estas são "reivindicações infundadas e difamatórias, baseadas em nenhuma evidência confiável".
Primeira vitória de Harry
Já o grupo dono do Mirror, que tem o processo mais avançado, contesta as alegações mas esta quarta-feira, 10, Harry viu a sua primeira vitória.
Nos documentos entregues no Tribunal Superior de Londres, o Mirror Group Newspapers admitiu que, apenas uma vez, em 2004, contratou um investigador privado para espiar o filho de Carlos e Diana.
O investigador devia vigiar o príncipe Harry numa discoteca. Pelo facto, a empresa pediu "desculpas" e, "sem rodeios", declarou que o duque "tem direito a uma compensação".
Harry acredita que é seu "dever" expor os crimes dos tabloides, de quem ele e o irmão, William, guardam rancor desde a perseguição de carros que levou ao acidente que vitimou a princesa Diana.
O duque de Sussex ainda trava uma batalha semelhante com o News Group Newspapers, de Rupert Murdoch, dono do 'Sun', por supostamente ter "hackeado" o seu telemóvel.
Recorde-se que o príncipe William também já acusou os tabloides do mesmo, tendo chegado a acordo financeiro secreto com o grupo de Rupert Murdoch.