
A história de vida de Sérgio Conceição levou a que, durante os anos de convivência com Pinto da Costa visse nele um pai, uma vez que o seu partiu cedo demais, deixando-o a braços com uma sensação de orfandade ainda na juventude. Os dois assumiram que o seu relacionamento excedia o clássico treinador-presidente, era vivida com uma intensidade diferente, nos bons e nos maus momentos.
Tanto que, na última candidatura de Pinto da Costa, o treinador não hesitou em dar a cara pelo amigo, comprometendo a ficar no FC Porto como manobra para angariar votos e, com tudo isso, acabaria por se prejudicar, uma vez que André Villas-Boas o tinha como um homem da confiança do rival, não tendo, por isso, querido contar com ele.
Sérgio Conceição foi para o desemprego e, ao seu estilo frontal, acabaria por se mostrar de costas voltadas com Pinto da Costa, por causa de umas afirmações que considerou que não honravam a amizade especial que mantinham. Isto porque o ex-presidente dos dragões disse publicamente que foi uma "deselegância", mas não uma traição o facto de Vítor Bruno ter ficado com o lugar de Conceição, algo que deixou o treinador muito magoado. A imprensa desportiva dava então conta de uma zanga entre os dois.
Mais tarde, aquando do lançamento do livro 'Azul até ao Fim', Sérgio Conceição também se mostraria descontente com algumas das coisas que Pinto da Costa escreveu e não marcou presença no lançamento, mesmo que na altura estivesse ainda sem clube e mais liberto de compromissos.
Desconhece-se se nos últimos meses fizeram as pazes, mas é certo que o português está a viver com grande dor a morte de um homem que considerava um pai. Ontem, dia 15 de fevereiro, ao saber da notícia, no final do jogo do AC Milan, não foi à conferência de imprensa com os jornalistas, mostrando-se absolutamente devastado.