
Mariana Mortágua trouxe a avó para a campanha eleitoral, dizendo que a senhora tinha vivido em sobressalto por causa das cartas que recebia do senhorio com alegados aumentos de renda. A porta voz do Bloco de Esquerda recusou depois dar mais informações sobre o caso da avó, após se perceber que afinal o caso não seria assim como a líder do BE queria fazer passar.
A Sábado foi investigar e descobriu que a avó de Joana e Mariana Mortágua vive num dos bairros mais procurados de Lisboa e que paga uma renda de 400€ numa zona onde os arrendamentos de casas semelhantes andaram à volta dos 2 mil euros.
A avó das Mortágua vive numa casa de uma IPSS, a fundação Octávio Maria de Oliveira. A avó da bloquista tinha, à data dos factos, 78 anos, muito acima do limite para poder ser despejada. As cartas que recebeu referiam apenas os aumentos previstos na lei. Paga, ainda hoje, uma renda antiga que ronda os 400 euros... na Av. de Roma, em Lisboa.
Um apartamento na Avenida de Roma, uma renda antiga que nunca saiu, até hoje, do regime antigo, uma avó que nunca poderia ser afetada pela lei que a neta critica e uma IPSS que faz ação social no interior e é bem vista pelos seus inquilinos. Estes ingredientes acabaram inesperadamente por chegar aos debates televisivos para as legislativas – mas não com os ingredientes acima descritos, que ficaram de fora.