
Quase três meses depois de Luís Montenegro ter afirmado que ia alterar a sede da Spinumviva, o 'Correio da Manhã' revela agora que a sede se mantém na casa do primeiro-ministro e da mulher, Carla, em Espinho.
Para João Paulo Batalha, vice-presidente da Frente Cívica e especialista no tema da transparência, "isto só mostra que o primeiro-ministro não se separou da Spinumviva e não tem a menor intenção de se separar e prova que não só quer manter os clientes, como quer sinalizar que está aberto a novos clientes que queiram obter a simpatia do primeiro-ministro".
Recorde-se que, quando assumiu o cargo de primeiro-ministro, Luís Montenegro passou as suas quotas da Spinumviva para a mulher, Carla... o que levantou a dúvida se continuava a colher os lucros da empresa, já que estão casados em comunhão de bens.
Depois de ter vindo a público que o primeiro-ministro não indicou "atos e atividades suscetíveis de gerarem incompatibilidades e impedimentos" quando preencheu a declaração para a Entidade da Transparência, estoirou a polémica, que eventualmente viria a ditar a queda do Governo, após o chumbo da Moção de Confiança.
Depois da controvérsia, Carla Montenegro acabaria por doar a quota maioritária aos dois filhos do casal, deixando assim finalmente de ser gerente da empresa. O facto de a sede se manter em sua casa causa surpresa.