
Nem todos se lembram de Zé Maria. O rapaz humilde e pacato, de Barrancos, saiu da casa com um casaco de veludo e calções e lacinho encarnado. Ganhou, na noite de 31 de dezembro de 2000 e levou para casa, à época, 20 mil contos [100 mil euros] e um automóvel.
Desde então, a vida de Zé Maria deu muitas voltas. Saiu vencedor, montou negócios que falharam, não fez poupanças e chegou a estar internado numa clínica psiquiátrica, em estado depressivo, depois de ter ameaçado suicidar-se, saindo à rua com dois gatos ao colo, e apenas uma toalha à cintura. Voltou à sua terra, Lisboa não lhe fazia bem. E foi em Barrancos que reencontrou o seu "chão". Com a ajuda do pai, construiu uma pequena casa, onde "mora sozinho", revela um amigo.
Agora, Zé Maria dedica-se a uma nova área profissional. Todos os dias atravessa a fronteira para Espanha para trabalhar "numa fábrica de peças de joalharia. Ele andou a fazer um curso e depois vou para lá. Acho que ainda lá anda", afirma Mariano Rodrigues.
O dia a dia não é fácil para o barranquenho que percorre cerca de 100 quilómetros diários, entre ir e vir do trabalho. "Agora vejo-o mais alegre", deixa escapar o amigo que acaba por desvendar que Zé Maria esteve, novamente, deprimido. "Há uns dois ou três anos andava em baixo, podia ter qualquer problema de saúde", confirma, quando questionado sobre se seria realmente depressão.
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