
O escândalo sexual que envolveu o arquiteto Tomás Taveira no final da década de 1980 regressou à tona depois da série da TVI que, sem assumir ser uma biografia, foi buscar inspiração ao famoso e polémico 'Caso Taveira', que envolveu uma infame cassete de vídeo de 30 minutos de duração, com as aventuras sexuais do autor das controversas Amoreiras. As gravações continham encontros sexuais entre Tomás Taveira e várias mulheres, gravados à revelia das participantes pelo arquiteto, em 1987, no seu escritório da Avenida da República.
Com a inauguração das Amoreiras em 1985, Taveira vivia anos de fama e glória. Era uma das personalidades mais solicitadas para os círculos da alta sociedade de Lisboa. Era comum vê-lo chegar aos jantares e festas mais badalados ao volante de um Rolls-Royce, na companhia da mulher, Amarílis Cristina. Até ter perdido o controlo dos vídeos caseiros e estes passarem a ser tema de conversa entre as elites da capital. O escândalo chegou mesmo a envolver o Governo de Aníbal Cavaco Silva.
“Um vídeo com as experiências sexuais de um famoso personagem da alta-roda lisboeta está a despertar a cobiça de meia-cidade. Gravado por uma câmara escondida no seu escritório, o filme fugiu-lhe das mãos e anda por aí. Todos querem tê-lo, mas é caro: o vendedor pede 20 mil contos. O Tal&Qual já o viu”, lia-se na primeira página do jornal, em setembro de 1989.
A mulher, Amarílis Cristina, acabou por ser mais uma das vítimas do escândalo protagonizado pelo marido. Amarílis garante que pediu de imediato o divórcio e que sentiu "nojo" das filmagens onde se pode ver Tomás Taveira a ter sexo com outras mulheres, na sua maioria alunas da Faculdade de Arquitetura, onde era docente, mas também se especulou sobre a identidade de algumas, associando-as à alta sociedade portuguesa.
Com o caso de novo na ribalta, Amarílis Cristina recordou alguns dos momentos mais dolorosos dessa época, com a revelação de apontamentos mais privados. À TV7 Dias, a ex-mulher de Tomás Taveira revela que foi a filha quem expulsou o pai de casa, que tinha passado a dormir no sofá depois de rebentar o escândalo.
"A minha filha foi quem o pôs na rua. Quando soube do escândalo disse-lhe para ele se afastar de mim. Não queria mais dormir com ele na mesma cama e pedi-lhe que saísse de casa. Ele passou a dormir no sofá da sala", descreveu. "A minha filha, que tinha 14 ou 15 anos, disse-lhe que saísse de casa e que, se não saísse, chamava a polícia", revelou ainda Amarílis Cristina à publicação.