'
FLASH!
Verão 2025
Compre aqui em Epaper
Nacional

Atriz Isabel Abreu conta relato impressionante sobre ter pais médicos e ter vivido infância nas urgências de hospitais

"Tinha o enorme terror do dia em que a minha mãe falhasse e alguém morresse nos seus braços", relata a atriz Isabel Abreu, casada com o irmão de Rodrigo Guedes de Carvalho.
20 de janeiro de 2021 às 10:21

Isabel Abreu, uma das atrizes mais reconhecidas em Portugal, com uma carreira no teatro mas também na televisão, onde protagonizou novelas como 'Rainha das Flores', não conseguiu dormir depois de ouvir o relato impressionante do médico Gustavo Carona, que contou, em direto no Instagram de Bruno Nogueira, como é estar por estes dias na linha da frente do combate à pandemia numa unidade de cuidados intensivos. 

O relato, que pode ver aqui na íntegra, é muito marcante. Também Bruno Nogueira confessou ter ficado "com dores de cabeça" perante a informação que ouviu do médico, que se tornou mais mediático depois de recusar ir a um programa da Cristina Ferreira, alegando que não queria "alimentar novelas".

"Passei a noite em branco sem conseguir dormir. Com o eco do incrível depoimento do Gustavo Carona. Com as descrições do cenário do que se vive todos os dias, a pairar na minha cabeça. A imaginar o que será o stress pós traumático a que o Gustavo se referiu, começou por escrever Isabel Abreu nas suas redes sociais. 

"Sou filha de médicos. Os meus pais em 1977 foram para Portalegre fazer o chamado apoio à periferia para o SNS. Nas vésperas de eu nascer a minha mãe estava a estagiar nas urgências. Nasci. E passado uns dias, poucos, muito poucos, a minha mãe já estava a trabalhar outra vez e eu a ter de ir com eles para o hospital.  Enquanto os meus pais faziam bancos nas urgências atrás de bancos, eu esperava por eles num quartinho do hospital. Passei toda a minha primeira infância assim", relata.

E acrescenta: "Quando o meu pai adoeceu, tinha eu 4 anos, e tinha de vir três vezes por semana para o hospital de Santa Cruz fazer hemodiálise eu vinha muitas vezes com ele, a acompanha-lo dentro da ambulância. Passei vários natais no hospital ou como a filha dos médicos ou como filha de alguém que estava doente. Fui várias vezes desejar bom ano à minha mãe, depois do meu pai morrer, ao serviço de urgência de Portalegre. Refilei por ela fazer bancos de 48 horas e nunca estar em casa comigo. Assustei-me várias vezes com a campainha de nossa casa a tocar e pessoas aos gritos, desesperadas, à espera de ajuda. Tinha o enorme terror do dia em que a minha mãe falhasse e alguém morresse nos seus braços".

E finaliza: "Ontem acordei fantasmas. O que será que não se está a entender? Qual é o cenário que precisamos ver? Será que um passeio ou ir para a marginal ou para uma festa ou jantar justifica o terror que está a ser vivido por estas pessoas? Será que o factor económico alegado para manter as escolas abertas justifica o factor humano e estas perdas? Só temos de fazer a nossa parte. Fiquemos em casa, os que têm a sorte de ter casa. Façamos a nossa parte. Deixemos o egoísmo e pensemos no todo, não acho assim tão difícil. Obrigada".

E acrescenta: "Quando o meu pai adoeceu, tinha eu 4 anos, e tinha de vir três vezes por semana para o hospital de Santa Cruz fazer hemodiálise eu vinha muitas vezes com ele, a acompanha-lo dentro da ambulância. Passei vários natais no hospital ou como a filha dos médicos ou como filha de alguém que estava doente. Fui várias vezes desejar bom ano à minha mãe, depois do meu pai morrer, ao serviço de urgência de Portalegre. Refilei por ela fazer bancos de 48 horas e nunca estar em casa comigo. Assustei-me várias vezes com a campainha de nossa casa a tocar e pessoas aos gritos, desesperadas, à espera de ajuda. Tinha o enorme terror do dia em que a minha mãe falhasse e alguém morresse nos seus braços".

você vai gostar de...


Subscrever Subscreva a newsletter e receba diariamente todas as noticias de forma confortável