
A conversa era sobre a educação das crianças e como trabalhar a autoestima e a confiança nos mais novos. Joaquim Quintino Aires foi o psicólogo de serviço a moderar a conversa durante o programa da manhã de Manel Luís Goucha e Maria Cerqueira Gomes, entre as convidadas estava Leonor Poeiras, que deu o exemplo do filho António.
À pegunta de Goucha de como se trabalha a confiança, Quintino Aires realçou a palavra "não". "As crianças que nós medimos – e mimos em percentagem, em números – a autoestima, são aqueles que têm pais mais seguros a dizer não que têm melhores resultados."
Mas foi a comparação seguinte que exaltou Leonor Poeiras. "Os maiores psicopatas são altamente sedutores e por isso conseguem agarrar a presa", analisa Quintino Aires. "Não estou a perceber a comparação", reage a apresentadora.
"A Leonor tem que começar a ver a 'Crónica Criminal' e vai ver uma coisa muito curiosa, que aquelas pessoas, que fazem coisas horríveis, que matou a filha, quando a nossa equipa chega ao local e vai perguntar como era, todos dizem que era uma pessoa muito doce, que tratava de toda a gente, que estava ao pé daqueles que mais precisavam", continua o psicólogo.
"Acho um bocadinho perigoso generalizar uma conversa sobre educação de crianças e compará-las a assassinos", interrompe Leonor Poeiras. "A Leonor pode dizer o que quiser, não pode ofender-se com a ciência", atira Quintino.
E, a partir daqui, a discussão sobe de tom, já com Manuel Luís Goucha e Maria Cerqueira Gomes a afastarem-se do cenário. "Não estou ofendida, estou a falar da minha experiência", defendeu-se Leonor.
"Acha que as mães que têm os filhos na prisão não quiseram fazer o melhor possível por eles?", continuou o psicólogo. "É claro que sim. Estou perfeitamente consciente que umas pessoas têm o lado bom, outras têm o lado mau", respondeu a apresentadora.
"Muitas mães que têm os filhos na prisão fizeram tudo de bom por eles, mas o tudo de bom, orientadas pela paixão que elas tinham pelos filhos. Isto para chamar a atenção que o grande amor de uma mãe por um filho, nem sempre leva ao bom caminho", conclui Quintino.