
A cantora Rebeca esteve este sábado no programa 'Conta-me', da TVI, à conversa com Maria Cerqueira Gomes e falou sobre os dois embates que teve com o cancro.
A primeira vez aconteceu com apenas 30 anos. A cantora recorda que na altura tinha muitos espectáculos. "Não ficava rouca, mas depois quando estava comer sentia algo errado". Com o pressentimento que podia ser algo sério, foi ao endocrinologista, onde descobriu "que havia a possibilidade de ter que tirar a tiroide", recorda. "E que tinha 30 por cento de hipótese de ficar sem poder cantar", acrescentou.
Acabou por se revelar um tumor folicular que fez com que depois de retirar uma parte da tiroide para análise "tivesse que ser novamente operada para fazer o esvaziamento" do tumor. "Na altura dei um último concerto e despedi-me das bailarinas, dos palcos. Achei que não voltava a cantar".
Felizmente tudo correu pelo melhor e a artista não teve sequer de fazer radio ou quimioterapia. Mas o peso do cancro acabou por levar Rebeca "a uma depressão". "Ainda hoje, 15 anos depois, faço medicação", revelou a Maria Cerqueira Gomes. Entre os muitos receios, "tinha medo de morrer", recorda. "Nem o meu filho Rubinho me dava alento. Eu queria estar com ele, mas não conseguia. Só conseguia estar num local fechado, sozinha, no escuro e não sentir nada", conta emocionada. "Cheguei a pensar dar cabo de mim", revela.
Na altura acabou por pedir ajuda, mas já era tarde para o seu casamento com o então companheiro, Bruno. "Sei que fui a culpada", admite sem qualquer problema. Contudo, o desfecho do enlace fá-la-ia reencontrar o seu primeiro amor. Rebeca recorda que se apaixonara por ele quando tinha apenas 15 anos, mas que inicialmente o romance não durara mais que "dois meses e meio" por ela ser muito jovem. Agora o amor falou mais alto e o casal acabaria por dar o nó.
Mas os dramas não estavam terminados. Receba voltou a ter novo embate com um carcinoma. "Eu acho que a depressão levou a isto. Faço uma alimentação cuidada, tenho um estilo de vida cuidado... mas a ansiedade não consigo controlar e eu acho que veio daí", confessou.
Rebeca recorda que foi num centro comercial, enquanto passeava com o filho Rubinho, que deu conta da alteração numa mama e que imediatamente foi fazer exames. "Não era o mesmo tipo de cancro. Era diferente. E segundo a médica era muito agressivo. Tinha mesmo que ser operada com urgência", explicou emocionada a Maria Cerqueira Gomes.
Com a família "em pânico", Rebeca fez 16 tratamentos de quimoterapia, 25 de imunoterapia e 18 de radiotearapia. "Foi muito difícil de ultrapassar", confessou, admitindo que a parte da imagem, depois de perder o cabelo, as pestanas e as sobrancelhas, foi também dolorosa. "O meu pai nunca me viu careca. Só veria mais tarde na capa da revista 'Cristina'."