
Luís Osório gosta de escrever sobre assuntos da atualidade, assim é natural que se tenha pronunciado sobre Joana Marques que, no passado dia 3, foi absolvida da ação interposta pelos Anjos. A dupla exigia à humorista uma indemnização superior a um milhão de euros. Os Anjos tinham colocado uma ação em tribunal contra a humorista por esta ter publicado um vídeo em que parodiava uma atuação da dupla a cantar o hino nacional antes de uma prova do MotoGP em Portimão.
"Joana Marques foi ilibada no processo movido por Anjos sem asas e sem cabeça. Não podia ser de outra forma, aliás o simples facto de a ação ter ido a tribunal já foi um tanto ou quanto ridículo, mas adiante", foi desta forma que Luís Osório começou a crónica que assina de segunda a sexta no 'Jornal de Notícias, 'Só Entre Nós'.
Continua o escritor: "A juíza falou e a Joana festejou, o que se compreende. Se alguém me exigisse um milhão de euros, mesmo que fosse uma acusação sem pés ou cabeça, eu também convidaria amigos para jantar e beberia uns copos", assumiu Osório para acrescentar: "Só que a Joana fez mais. Poucas horas a seguir à leitura da sentença anunciou um espetáculo sobre o processo, com nome e tudo: 'Em Sede Própria'”.
Luís Osório retifica: "As palavras que escolhi não são precisas, onde se lê 'espetáculo' deveria ler-se quatro grandes espetáculos, no Coliseu dos Recreios e no Super Bock Arena. Anunciou-os e logo foram colocados à venda bilhetes que esgotaram em menos de uma hora." Chegado aqui, o jornalista não deixa de manifestar o seu desacordo em relação à atitude da humorista.
"Há nisto qualquer coisa de incomodativo, porventura um vírus de amoralidade ou talvez de oportunismo que é tudo menos bonito. Tenho pena quando pessoas talentosas e com enorme poder não constroem um edifício ético e moral à prova de bala", considera o autor de 'Só Entre Nós'.
E termina apontando o dedo a Joana Marques: "Não discuto a ideia, excelente e certeira. Discuto sim a utilização de um julgamento para fazer dinheiro à custa dos que perderam. Discuto o desrespeito pela Justiça, é que o happening já estava montado e os bilhetes a postos antes do veredito, só faltava a decisão da juíza que, inadvertidamente, se tornou cúmplice de uma operação comercial. Não gosto de quem humilha quem já está humilhado. Mesmo que me faça rir."