
"Uma pena é o Dr. Cotrim ter sido um pau-mandado dos espanhóis, os donos na altura da Media Capital, e ter mandado a liberdade de imprensa para as urtigas", foi assim que Manuela Moura Guedes, através de uma partilha feita no Facebook, acendeu o rastilho da polémica com João Cotrim de Figueiredo.
A jornalista recua no tempo e acusa sem dó nem piedade: "Foi ele, no meio de ameaças de processos, que me obrigou a rescindir contrato com a TVI, numa altura muito difícil da minha vida profissional." E vai ainda mais longe: "A voz do dono falou mais alto do que os princípios e a boa gestão – o Jornal que eu editava era o mais visto de todos os canais portugueses e o que mais receitas dava. Quando a um domingo à noite fui assinar a rescisão, ao escritório do meu advogado, nem um representante da TVI estava, cobardemente ninguém! Não, este senhor não me inspira confiança para Presidente da República", atira Manuela Moura Guedes.
João Cotrim de Figueiredo, contudo, decidiu rispostar: "Quando assumi as funções de diretor-geral da TVI, em abril de 2010, o ‘Jornal Nacional’ apresentado por Manuela Moura Guedes já tinha sido suspenso e a jornalista encontrava-se de baixa médica desde setembro de 2009”, começa por afirmar, citado pelo portal Sapo. Por isso, acredita que, tanto tempo depois “Manuela Moura Guedes evidencia lapsos de memória incompreensíveis: lembra-se de coisas que não aconteceram e esquece-se das que efetivamente ocorreram."
O candidato da Iniciatova Liberal à Presidência da República garante: "Nunca existiu qualquer subserviência da minha parte aos acionistas espanhóis, o que se comprova pelo facto de eu próprio ter deixado a TVI incompatibilizado com esses mesmos acionistas." De seguida nega ter tido interferência na saída da jornalista da estação de Queluz de Baixo: “Quando entrei, depois desses factos, foi-me transmitido pela direção de informação que não estavam reunidas condições mínimas para o regresso de Manuela Moura Guedes à redação, fator que tive em consideração e que transmiti à própria no âmbito do processo de rescisão contratual”, afiança o antigo diretor-geral da TVI.
Sem surpresa, Manuela Moura Guedes não se fica. Na caixa de comentários da sua primeira partilha sobre Cotrim de Figueiredo, há um internauta que publica a resposta do político a esta polémica. A jornalista acaba por contra-atacar: "Estar de baixa demonstra que é para despedir? Depois da administração (da TVI) ter proibido o 'Jornal de Sexta' por razões políticas e pressionada por Sócrates, o director-geral, 'grande defensor da liberdade de imprensa', dá o remate final e rescinde o contrato com a jornalista responsável por esse Jornal. Podia tê-la integrado na redacção, não é? Pois, mas aí o que diriam 'os donos'?"