
Os desentendimentos entre Suzana Garcia e Vera de Melo durante a rubrica criminal do 'Dois às 10', na TVI, têm-se sucedido quando a advogada e a psicóloga partilham o mesmo espaço de comentário. As diferenças de opinião facilmente sobem de tom e transformam-se repetidamente em discussões em direto, com trocas de acusações mútuas.
Várias notícias vão dando conta que o mal-estar é ainda mais acentuado nos bastidores do programa apresentado por Cláudio Ramos e Cristina Ferreira. Ainda assim, a TVI insiste em juntar as duas comentadoras frente às câmaras. Em vez de fazer rearranjos de agenda, parece até que faz de tudo para que Suzana e Vera coincidam no mesmo dia.
Será que as discussões da jurista e da psicóloga fazem aumentar as audiências? A resposta só poderá ser afirmativa, caso contrário a estação já teria optado por não juntá-las. Ainda ontem, terça-feira, 9, as duas comentadoras voltaram a protagonizar uma acesa discussão.
Tudo voltou a acontecer durante a crónica criminal. O assunto em análise era a morte de um bebé às 26 semanas de gestação, em que se suspeita que terá sido a mãe a provocar o parto: “(…) Ser mãe é uma escolha”,opinou Vera de Melo. Uma afirmação que acabou por merecer um reparo de Suzana Garcia que interrompeu a colega. “Eu tenho só de fazer uma ressalva para todas mulheres que ficaram grávidas e não quiseram essa gravidez e que foram alvo de violação sexual. Essas mulheres não escolheram estar grávidas e, por isso, é que a lei…”. Desta vez, foi a psicóloga que cortou a palavra à advogada. “Oh Suzana, isso é um extremo. Não vale a pena estar a voltar para extremos”.
Rapidamente o tom subiu de tom. “Eu estou a falar. Vera, posso falar? Vera, posso falar, se faz favor? Eu estava a responder”, afirmou Suzana e Vera não se deixou ficar: “Tu é que me interrompeste a mim porque eu estava a falar primeiro” e continou: “Eu acho que este discurso não pode ir para populismos e para extremos. Obviamente que eu não sou estúpida e não estou a falar de situações extremas. Agora quando nós queremos utilizar este espaço aqui para outras coisas e não para levar informação leva a estes extremos que a Suzana acabou de fazer agora. Que é os extremos de falar das pessoas com doenças e das pessoas violadas. Como é óbvio que se há alguém que sabe aquilo que elas sofrem sou eu e não ela porque se limita a acompanhar o ponto de vista jurídico, não do ponto de vista emocional. (…)”.
A discussão não abrandou nem mesmo com os apelos à calma de Cláudio Ramos. “Agora não me vais interromper que eu estou a falar. Se faz favor e com educação. (…) A questão dos populismos e afins dizem mais de si do que de mim. Ponto parágrafo e aqui me fico. (…) E eu não levo lições de gravidez de ti porque se há aqui alguém que passou diversas vezes por perdas gestacionais sou eu. Portanto, em relação àquilo que é a tua perceção sobre isto é teórica porque ouves as pacientes. Eu não, é pessoal. E de ti não recebo mesmo essas lições porque nunca passaste por aquilo que eu passei. E mais a mais sendo psicóloga devias ter cuidado quando usas o vocabulário que usas em relação a essas mulheres que podem estar lá em casa a ouvir-nos (…)”, atirou Suzana Garcia contra Vera de Melo.
A psicóloga clínica não gostou do tom nem das palavras da outra comentadora e ameaçou ir embora do programa em direto: “Quero dizer três coisas antes de me levantar daqui porque, lamento, mas isto não é de todo a forma como eu revejo nem estou habituada… Há aqui pessoas que não sabem conversar (…)”.